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Em Copacabana, manifestantes pedem a convocação de Cabral, Agnelo e Perillo

Grupo protesta contra viagens de governador do Rio e faz alusão à imagem publicada por Garotinho

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Um grupo de manifestantes segue na orla de Copacabana (Zona Sul) para protestar contra o adiamento da convocação dos governadores Sérgio Cabral (Rio de Janeiro), Agnelo Queiroz (Brasília) e Marconi Perillo (Goiás) para a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga o elo entre o bicheiro-empresário que dá nome à Comissão e parlamentares e entidades públicas e privadas. Os populares cobram não apenas a convocação dos governadores, mas também explicações sobre as inúmeras viagens realizadas pelo governador do Rio de Janeiro.

Denúncias trazidas à tona pelo deputado federal Anthony Garotinho, em seu blog, no mês passado, revelaram que Cabral e alguns secretários estaduais, além do empresário Fernando Cavendish, proprietário da Delta Construções, viajaram para Paris e Mônaco. Há suspeita de que o grupo tenha se beneficiado de dinheiro público para as viagens.

Muitos manifestantes usam lenços na cabeça, uma alusão à fotografia publicada por Garotinho em seu blog, quando Cabral e secretários faziam uma "farra" na Europa. Na ocasião, o governador disse que estava em "viagem oficial", buscando "investimentos para o estado do Rio de Janeiro".

Cabo dos Bombeiros pede anistia

O cabo do Corpo dos Bombeiros Benevenuto Daciolo, um dos principais articuladores da greve  das forças de segurança pública no Rio de Janeiro, em fevereiro deste ano, endossou o apoio à manifestação. Segundo ele, o governador Sérgio Cabral demonstrou "grande desrespeito" com os policiais e bombeiros que reivindicavam melhores salários e condições de trabalho.

Pela adesão e liderança do movimento, que não chegou a ser posto em prática, ele foi expulso da corporação. Atualmente, luta pela anistia dos agentes de segurança que participaram do movimento de paralisação.   

"Estamos pedindo a anistia de 14 bombeiros e 19 PMs expulsos da corporação acusados de terem incitado a greve. Um pedido de anistia já foi assinado por 64 deputados estaduais, mas não foi à votação. Não entendemos porque isso não foi colocado em pauta. Há uma grande perseguição política contra os bombeiros e policiais que reivindicaram melhores condições de trabalho. Quando fui à Bahia conversar com os PMs em greve, notifiquei aos meus superiores. A informação, inclusive, foi publicada pelo Boletim Interno da corporação", contou. "Mesmo assim fui sequestrado de uma aeronave, sem mandado de prisão. Todos os PMs e bombeiros expulsos estão há mais de dez anos na corporação. Isso tudo é um grande desrespeito do governador".

Sobre as denúncias do envolvimento de Cabral e o ex-dono da construtora Delta, Fernando Cavendish, em viagens a Paris, Daciolo pediu que os fatos sejam averiguados e o governador se explique. 

"Espero que o Cabral seja convocado o quanto antes para esta CPI e dê explicações sobre os gastos com viagens", sentenciou.