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Após morte de PM, Beltrame dobra o número de policiais na Rocinha

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Depois da morte do cabo do Batalhão de Choque na Favela da Rocinha nesta quarta-feira (4), o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, informou que não haverá mudanças na política de pacificação da enorme favela da Zona Sul carioca. Ele disse ainda que não vai recuar "1 milímetro" dentro do planejamento já traçado. 

"Ninguém vai trabalhar com gosto de sangue na boca. Existe um plano, um projeto. A mudança se dá dentro de processo. Dizer que vamos arrumar a Rocinha agora na Páscoa é ser mercenário de ilusões", afirmou. Depois da morte do policial na Rocinha, Beltrame convocou uma coletiva de imprensa e frisou que a pacificação não vai acontecer imediatamente. A Rocinha foi ocupada por forças de segurança no dia 13 de novembro do ano passado. 

Para intensificar o policiamento, o secretário de segurança fixou que até o fim da semana serão 643 homens se revezando. Atualmente, o efetivo total na favela é de 350 PMs. Ainda de acordo com a polícia, o suspeito se chama Edilson Tenório de Araújo, que já tem passagem por tráfico de drogas.

A morte evidencia que a violência continua presente na favela, apesar da grande presença policial na comunidade, como antecipou na terça-feira (3) o Jornal do Brasil

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Entenda o caso 

O cabo Rodrigo Alves Cavalcante, do Batalhão de Choque do Rio de Janeiro, morreu após ser baleado durante patrulhamento na parte alta da Favela da Rocinha, na madrugada desta quarta-feira (4). O policial foi emboscado por quatro homens, que dispararam contra a vítima. Outros policiais que participavam da patrulha trocaram tiros com os bandidos, que fugiram. Cavalcante ainda foi levado com vida ao Hospital Miguel Couto, no Leblon, mas não resistiu aos ferimentos.

Desde fevereiro, essa é a nona morte registrada na Rocinha, ocupada pelas forças de segurança desde novembro do ano passado, após a prisão do então chefe do tráfico de drogas Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem.

Convivência diária com o medo

Há décadas, moradores da Rocinha, na Zona Sul do Rio de Janeiro, considerada a maior favela urbana da América do Sul, convivem diariamente com homens armados circulando pela comunidade. Antes, as armas eram empunhadas pelos traficantes; após a ocupação pela polícia, em novembro do ano passado, para a instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), o armamento pesado agora é visto nas mãos dos policiais militares que patrulham o local. Os moradores, no entanto, continuam a se sentir intimidados, o que evidencia que, apesar da ação promovida pelo Governo do Estado, a comunidade ainda está longe de ser considerada, de fato, pacificada.

Desde o início da ocupação, a Rocinha contava com a presença de 180 policiais militares, mas nos últimos 15 dias o efetivo na comunidade praticamente dobrou com a chegada de mais 170 policiais. O reforço está relacionado ao aumento na presença de turistas e cariocas, curiosos em conhecer de perto a favela, e também à recente onda de violência, que nos últimos dois meses deixou nove mortos na comunidade.

Com Portal Terra