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Atropelamento envolvendo Thor Batista lembra morte do filho de Cissa Guimarães

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O atropelamento que matou um auxiliar de caminhoneiro na pista sentido Rio de Janeiro da Rodovia Washington Luís, na altura de Xerém, em Duque de Caxias (Baixada Fluminense), no último sábado (15) praticado por Thor Batista, filho do bilionário Eike Batista, traz semelhanças com o atropelamento e morte do músico Rafael Mascarenhas, filho da atriz Cissa Guimarães, ocorrido em julho de 2010. E, como tal, merece uma apuração aprofundada.

Isso porque, como aponta o advogado Cléber Carvalho Rumbelsperger, contratado pela família da vítima, alguns procedimentos adotados são irregulares. A primeira suspeita do advogado é sobre as poucas informações da perícia que teria sido realizada no local do acidente e no veículo usado por Thor. A outra suspeita recai sobre o fato do advogado da família de Thor ter ido à delegacia no lugar do atropelador e, em seguida, ter retirado o veículo do pátio da Polícia Rodoviária Federal.

"O documento de ocorrência policial (registro de ocorrência) não diz absolutamente nada. A polícia não ouviu ninguém, ao que me consta. Isso não é de praxe, não é comum se ver isso. É muito estranho que o atropelador deixe o local da morte sem ter ido à delegacia. O motorista foi abordado por policiais na hora do acidente, deveria ter ido à delegacia de polícia para prestar esclarecimentos, mas isto não aconteceu", destacou o representante da família da vítima, baseado numa cópia do registro de ocorrência. 

Em julho de 2010, o empresário Roberto Bussamra, pai do atropelador do filho da atriz Cissa Guimarães, foi indiciado por corrupção ativa depois de ter, segundo policiais militares, oferecido R$ 10 mil para que liberassem seu filho e o carro envolvido na morte do músico.

Na noite do atropelamento, o carro  que matou o skatista Rafael Mascarenhas foi retirado do Túnel Acústico, na Gávea, irregularmente, e foi enviado para uma oficina mecânica, em Quintino, na Zona Norte do Rio, para que se consertasse os estragos feitos pelo atropelamento. Eliminando assim, possíveis provas. A suspeita da polícia, era de que o carro de Rafael Bussamra era usado para fazer um pega no momento do acidente. O Túnel Acústico estava fechado para manutenção, mas o atropelador conseguiu adentrá-lo por meio de um vão de emergência.

Como consequência, Rafael Bussamra e seu pai responderam judicialmente por seus atos. O caso de Thor deve ser investigado com profundidade pela polícia. E a perícia terá que responder algumas questões como a velocidade em que o filho do empresário estava quando atropelou o auxiliar de caminhoneiro.

Thor lamenta profundamente

Depois do acidente e da morte, no sábado, a assessoria do grupo EBX divulgou uma nota na qual Thor diz que “lamenta profundamente o ocorrido e informa que prestou socorro à vitima, que atravessava, inadvertidamente, a BR -040 (sentido Juiz de Fora-Rio) de bicicleta”. O empresário afirma ainda que chamou a ambulância da Concer para prestar atendimento ao ciclista. 

Thor diz que estava na velocidade permitida e ressalta que fez o teste do bafômetro e firmou declaração de próprio punho descrevendo o acidente, no posto da PRF. A Mercedes SLR McLaren, dirigida por Thor Batista, acelera de 0 a 100 km/h em 3,8 segundos e tem velocidade máxima de 334 km/h, conforme o fabricante.