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Operação acolhe 95 usuários de crack na região de Manguinhos

Ação da Secretaria municipal de Assistência Social e da PM recolheu 12 menores

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Uma operação conjunta entre a Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS) e Polícia Militar resultou no acolhimento de 95 usuários de crack, sendo 12 menores de idade. Com o apoio de 70 homens dos 22º BPM (Maré), 23º BPM (Leblon) e 6º BPM (Tijuca), 35 funcionários da SMAS percorreram as cracolândias das comunidades de Manguinhos, Mandela, Arara e Coreia, na Zona Norte. A ação, que durou toda a manhã desta quinta-feira, foi a 13ª de enfrentamento ao crack realizada pela Prefeitura do Rio em 2012.

O secretário municipal de Assistência Social, Rodrigo Bethlem, comentou o resultado da operação que, mesmo com apoio policial, teve momentos de tensão.

“Nossa entrada foi bastante difícil hoje. Os assistentes sociais da SMAS só puderam trabalhar com reforço de agentes de três batalhões desta área. O panorama que encontramos nas cracolândias de comunidades ainda não pacificadas é esse. Retornaremos a esta ou a qualquer outra comunidade enquanto a presença da Assistência Social se fizer necessária - disse.

De acordo com o psicólogo Cláudio Reis, que há 11 anos trabalha na SMAS, as ações de acolhimento são parte importante do combate à influência do crack no Rio de Janeiro. Ele garantiu que buscar os usuários dentro das cracolândias é fundamental para conseguir recuperá-los.

“Infelizmente, de dois anos para cá, a expansão desta droga é gritante”, lamentou. “O viciado não tem iniciativa de ir buscar o tratamento, o entorpecente o impede disso. Quando chegamos no local de uso, apesar de muitos reagirem de forma agressiva, outros agradecem a nossa presença, e pedem nosso apoio. Nossas presença e palavra são as armas nesta briga. É um trabalho de formiguinha, que deve persistir, e onde o auxílio dos familiares é fundamental para livrar o dependente”.

Capitão do 22º BPM (Maré), Roberto Santos, acostumado ás operações policiais em áreas de risco, comemora o fato de poder usar sua formação policial de forma diferente.’

“Neste tipo de operação de enfrentamento ao crack temos a oportunidade de ajudar um ser humano, o que é muito gratificante”, disse o militar. “Hoje, não houve troca de tiros, o que já é um avanço, um resultado da nossa política de enfrentamento. Esta presença do poder público nestas áreas conflagradas é a forma mais rápida de chegar à paz”.

Destino e saldo 

Após o processo de identificação nas delegacias, todos serão encaminhados aos abrigos da rede socioassistencial do município. As crianças, em especial, irão para a Central de Recepção Carioca, no Centro, onde serão avaliadas sobre a necessidade de abrigamento compulsório por uma equipe multidisciplinar formada por médico, assistente social, psicólogo, psiquiatra, enfermeiros e educadores sociais.

Desde o dia 31 de março de 2011, foram realizados 3.579 acolhimentos nas operações conjuntas em cracolândias da cidade do Rio de Janeiro (3.035 adultos e 544 crianças e adolescentes).