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Irritado com índice 'mentiroso', Paes chama ministro de incompetente 

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O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), se mostrou bastante irritado com o ministro da Saúde, José Padilha, e com o resultado do Índice de Desempenho do SUS (Idsus), lançado nesta quinta pela pasta. Na saída do evento comemorativo dos 447 anos do Rio de Janeiro, no Largo da Carioca, região central da capital fluminense, o prefeito falou sobre o desempenho da cidade, que recebeu a nota de 4,35 (em um índice de 0 a 10), ficando com o pior índice entre as capitais. "Os dados que o Ministério da saúde soltou hoje são dados mentirosos. Ele (Padilha) não tinha o que fazer e, pra mim, não tá investindo nada em saúde, aí ficam soltando pesquisinhas. Pelo menos que faça uma pesquisa bem feita, é o conselho que dou pra ele", disse Paes.

Foto: Marcus Vinícius Pinto/Terra

O prefeito alegou que o levantamento não levou em consideração os dados do município no ano de 2011. "O ministro está há um ano e dois meses no cargo e o que ele consegue produzir é uma pesquisa que só leva em consideração dados até 2010. Deveria levar em consideração também 2011. É inaceitável", disse o prefeito, que não poupou as palavras para falar do ministro da Saúde. "Então o ministro não levar em consideração os dados de 2011 é o que? É incompetência para apurar números", disse.

Eduardo Paes se defendeu dos resultados dizendo que a cidade passou a investir mais no setor no ano passado e que os resultados deveriam ser outros. "O Rio está entre as capitais que têm o maior orçamento na saúde. Cerca de 25% do orçamento vai para saúde, cerca de R$ 4 bilhões", falou Paes, que prometeu chegar ao final de 2012 com uma cobertura de atenção básica para 40% da população.

Recursos federais e base aliada

O prefeito do Rio de Janeiro ainda criticou a postura do Ministério da Saúde em não mandar verbas para os municípios. Segundo ele, os municípios do Estado precisam de mais dinheiro para a área. "Não é possível que o Ministério da Saúde não tenha competência nem para isso. Competência para mandar recursos eu sei que ele (Padilha) não tem. Não para a cidade do Rio de Janeiro, que a gente não precisa, mas para a região metropolitana". "É muito fácil fazer pesquisa e ficar lá em Brasília sem os dados adequados", falou.

Quando questionado se essa não seria uma manobra por se tratar de um ano eleitoral, o prefeito disse que ainda considera o governo federal um aliado. "Até onde eu sei, o governo federal é supostamente o meu aliado, mas não vou fazer política. O ministro foi de uma irresponsabilidade assustadora", completou.