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Mortes violentas caíram mais de 30% desde 2009, mostram dados do ISP 

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O Instituto de Segurança Pública (ISP) divulgou, na tarde desta segunda-feira, os índices de criminalidade do estado do Rio de Janeiro em 2011. E o resultado é animador: as mortes violentas a cada 100 mil habitantes, principal indicador avaliado pelo órgão, caíram 31,4% desde 2009, puxadas pela redução no número de homicídios dolosos, que teve redução de 27,6% no mesmo período.

Roberto Sá, subsecretário de Planejamento e Integração Operacional da Secretaria de Segurança, ressaltou os números obtidos como resultado de uma política de segurança pública baseada em "cientificismo":

"Nós sistematizamos a análise dos índices de criminalidade. Os desvios são analisados em conjunto pelas duas polícias, que preparam um plano de ações com metas claras e prazos para cada tipo de delito", ressalta.

Sá mostrou, através de gráficos, que boa parte dos índices em queda coincidem com a instalação das primeiras Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e a implantação dos planos de metas, que premiam os políciais que conseguem os melhores resultados. Além das mortes violentas, que incluem homícios dolosos, latrocínios e autos de resistência, também tiveram redução no período os roubos de veículos (34,1%), roubos de rua (26,2%) e roubos de caixa eletrônico (queda de 60,6% em relação a 2010).

Por outro lado, outros crimes tiveram mais registros, em comparação com os dados de 2010. Os destaques negativos são os sequestros-relâmpago (aumento de 62%), saidinha de banco (+15,5%), roubo de carga (+17,3%), estelionato (21,6%) e extorsão (+37,2%). Segundo o subsecretário, grande parte desses crimes podem ser atribuídos à pressão sofrida pelas quadrilhas das comunidades pacificadas.

"Essa percepção não é imediata. A gente não pode achar que os marginais vão virar trabalhadores formais do dia para a noite. Os desvios são analisados. Isso é uma tentativa desesperada dos marginais que tiveram que mudar não só de território, mas também de modalidade criminosa. Já sabemos onde estão esses problemas e como resolvê-los".

Sobre o crescimento dos crimes de extorsão, Roberto Sá crê que isso possa ter relação com a maior repressão por parte das delegacias especializadas da Polícia Civi, já que a população tem medo de denunciar este tipo de delitol:

"É prematuro afirmar que seja por isso [operações policiais], mas é uma possibilidade. Muitas vezes, quando inauguramos uma delegacia legal em um bairro ou município que não contava com o serviço o número de notificações de crimes dispara, porque antes a população não tinha fácil acesso ao posto policial. A mesma coisa ocorre nas UPPs, onde diversos delitos pequenos, como agressão de mulheres e brigas entre vizinhos passam a ser levadas até a autoridade policial", explica.

Subsecretário promete redução da violência em áreas sem UPPs 

Embora os índices de criminalidade do estado tenham tido reduções expressivas, a população de diversas regiões, como a Zona Oeste do Rio, a Baixada Fluminense e o Norte do estado se queixam de um aumento repentino da violência e atribuem o fato à fuga de criminosos das áreas pacificadas. O subsecretário Roberto Sá não negou que a criminalidade nessas regiões tenham crescido, mas prometeu medidas para mudar este panorama em breve:

"Essa percepção por parte da polícia não é imediata. A gente não pode achar que o bandido vai cometer o crime e se deixar prender. Acreditamos que a política de metas complemeta perfeitamente a das UPPs, porque atinge cada local do estado. Mas não é possível, em lugar nenhum do mundo, colocar um policial em cada esquina. Com esses dados, os comandos de área vão adotar medidas para sanar esses problemas. Hoje há metas claras para a redução de todos esses índices estratégicos em Paraty, em Araruama, Copacabana ou Méier. Não há local que fique de fora", declara.