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'Caía muito cascalho pelo vão do elevador', diz trabalhador de prédio 

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Familiares de vítimas e desaparecidos no desabamento dos três prédios ocorrido na noite desta quarta-feira no Centro do Rio se concentram no local em busca de informações. Eles estão reunidos em um prédio próximo. César Sabará está entre os familiares presentes na área do acidente. Ele é cunhado da vítima Franklin Machado, advogado, que até agora não consta na lista de desaparecidos da Defesa Civil. De acordo com Sabará, Machado estava no 5º andar do prédio, falando com a irmã Eliete por telefone, quando ela ouviu um estrondo e perdeu a linha. Abalada com a tragédia, ela não se dirigiu ao local.

>> Presidente do Crea-RJ: "Último registro de obra no prédio data de 2008"

O tradutor Victor Ferreira, que trabalhava no 8º andar de um dos edifícios que ruiu, o Liberdade, e que saiu do local por volta das 18h30 da quarta-feira, procurava notícias de seis colegas de trabalho que tinham ficado no local. Victor disse que, quando chegou no prédio, no início da manhã, notou algo estranho. 

"Quando cheguei, às 8h30, a porta do elevador se abriu e vi muito cascalho caindo pelo vão. Só não imaginava que o prédio viria abaixo. Cheguei em casa, liguei a TV e não acreditei no que estava vendo, porque o prédio não parecia estar em más condições", disse.

Victor Ferreira trabalha no local há apenas duas semanas: "Durante o dia, era possível ouvir muito barulho de marretadas e um tipo de serra em uma obra dentro do prédio". O presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ), Luiz Antonio Cosenza, já confirmou que o terceiro e nono andares do prédio estavam em obras não autorizadas pelo órgão.

Cinco corpos já foram encontrados nos escombros. A primeira vítima, segundo o coronel Sérgio Simões da Defesa Civil do Rio de Janeiro, é um homem com idade entre 45 e 50 anos. Outras duas vítimas também seriam do sexo masculino, uma é mulher e a quinta ainda não teve o sexo divulgado.

As equipes da prefeitura e do Corpo de Bombeiros iniciaram o dia tentando localizar 19 desaparecidos. O acidente deixou cinco feridos sem gravidade, sendo que uma delas já recebeu alta do Hospital Souza Aguiar.

Os três edifícios desabaram no centro por volta das 20h30 de quarta-feira. Um deles tinha 20 andares e ficava situado na avenida Treze de Maio; outro tinha 10 andares e ficava na rua Manuel de Carvalho; e o terceiro, também na Manuel de Carvalho, era uma construção anexa ao Theatro Municipal.