O Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil retomam esta manhã as buscas aos soterrados em um deslizamento de terra na localidade de Jamapará, em Sapucaia, no Centro-Sul do estado do Rio de Janeiro. Ontem, o secretário estadual da Defesa Civil, Sérgio Simões, decidiu suspender os trabalhos de busca por volta das 20h45, por medida de segurança.
Até agora, 13 corpos já foram retirados dos escombros das casas soterradas. Pelo menos, mais dez pessoas estão desaparecidas. Cinco corpos foram encontrados na manhã desta terça-feira (10). As vítimas são Livia Gomes, de 22 anos, achada por volta das 8h15; uma mulher de cerca de 42 anos, encontrada às 9h; Glória Nascimento, de 72 anos, localizada às 9h10; dois homens ainda não identificados, sendo que um deles tem uma perna amputada.
A Defesa Civil interditou 30 casas em Jamapará e o número de desalojados chegou a 237 pessoas. Os desabrigados são 50. A BR - 393 continua parcialmente interditada por queda de barreiras na altura dos KM 108 e KM 122 (antigo 52) e o trânsito está em meia pista no KM 155 e funciona o sistema siga e pare.
A família que se abrigou no interior de um veículo durante o deslizamento e também foi soterrada continua desaparecida.
Pelo fato de o distrito ter crescido no morro na margem da BR - 393 (antiga Rio-Bahia), todos os habitantes estão sob risco. Ao todo, de acordo com a Prefeitura de Sapucaia, cinco mil pessoas podem ser vítimas de novos deslizamentos.
"Trata-se de um distrito com 4 km de comprimento crescido num morro bastante íngreme. Todos correm risco, mas não temos como abrigar todos. Hoje são 310 desalojados, com casas interditadas pela Defesa Civil, que já estão abrigados", disse o coordenador da Defesa Civil de Sapucaia, Marco Antônio Teixeira Francisco.
Depois de pouco mais de uma semana de chuva intensa na Região Sudeste - sobretudo nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo - o estado do Rio já contabiliza pelo menos 16 mortos - 13 em Sapucaia (Centro Sul Fluminense), dois em Miguel Pereira e um em Laje do Muriaé (Noroeste Fluminense). O município que possui maior número de desalojados é Cardoso Moreira, onde um dique se rompeu no início da noite do último domingo (8).
Em segundo lugar com o maior número de desalojados está Campos dos Goytacazes, onde deslizamentos foram registrados na semana passada com a cheia do Rio Muriaé - que nasce em Minas Gerais - e corta o interior do Rio. Neste município, ums estrada que também funcionava como dique para frear a força da água do Rio Muriaé foi completamente destruída.
Mortos identificados
Alguns corpos já foram identificados. São eles: Luiz Carlos Nassif, de 40 anos, e sua neta, Ana Maria Costa Bela Nassif, de 3 anos; o casal Sergio e Solange, cujo filho de 8 anos está desaparecido; Rosiane Gomes Bastos, de 23 anos e o filho Josiel, de 3, todos no mesmo deslizamento. Numa outra localidade, o corpo de um homem de 45 anos também foi resgatado.