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Adolescente morto por militares da Vila Cruzeiro é enterrado em clima de revolta

Família do jovem não quer deixar a comunidade

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O delegado José Pedro Costa da Silva, titular da 22ª DP (Penha), pretende retornar, nesta quarta-feira (28), à Vila Cruzeiro, para dar prosseguimento às investigações. Segundo o delegado, o prazo para concluir o relatório do caso é de 20 dias. Ele afirmou que quer ouvir os familiares de Abraão para poder conduzir as investigações. Além disso, Silva informou que pedirá a reprodução exata da movimentação dos agentes da Força de Pacificação para buscar entender melhor a situação.

O menor foi alvejado, de acordo com o Comando Militar do Leste, durante um confronto entre traficantes e militares da Força de Pacificação que ocupam o complexo do Alemão e da Penha. Silva garantiu que o jovem não tinha passagem pela polícia. Ele afirmou já ter interrogado, nesta terça-feira (27), os oito militares que participaram da ação. Ainda na terça, o Exército recolheu as armas dos militares, que foram afastados das suas atividades, e as enviou para perícia.

O corpo de Abrãao da Silva Maximiliano foi sepultado no cemitério de Irajá, na Zona Norte, na tarde desta quarta-feira (28). Em meio ao clima de revolta de familiares, o primo do garoto, Wellington Lopes, voltou a dizer que ficou sob a mira do Exército no dia da morte Abraão. Ele estendeu uma bandeira do Flamengo sobre o corpo de Abraão, lembrando que o primo via todos os jogos enrolado a ela. 

O subsecretário de Direitos Humanos Antônio Carlos Biscaia foi ao sepultamento e disse que oferecerá proteção à família. Os familiares, contudo, falaram que vão recusar a ajuda e não pretendem deixar a comunidade.