O segurança Samuel Alves da Cruz, funcionário da SuperVia suspeito de arrancar parte da orelha de um passageiro em uma briga noite desta sexta-feira (23), foi afastado pela empresa e removido das funções até que o processo administrativo tenha fim. O incidente ocorreu na estação de Cascadura, no subúrbio do Rio.
O carpinteiro Renato Silva Dias, de 24 anos, teria sido surpreendido pelo segurança no banheiro da estação.
"Ele (o agente) falou: é esse aí, já apontando pra mim, veio querendo me agredir. Daí eu segurei, reagi também, para me defender, foi aí que a gente ficou próximo um do outro, que eu tentei segurar o cassetete dele e ele mordeu minha orelha. É horrível, sem explicação", explicou.
Em nota, a Supervia informou que "não admite qualquer tipo de desrespeito ou agressão aos seus passageiros e treina todos os seus profissionais periodicamente sobre as normas éticas e de conduta no relacionamento com o cliente".
Segundo Renato, ele e um grupo de amigos tinham saído da confraternização da empresa em que trabalham e seguiam para a Baixada Fluminense. Na estação, o carpinteiro tentou passar na roleta junto com um dos colegas e teria sido repreendido pelo segurança Samuel Alves da Cruz. Já dentro da estação, retornou e pagou a passagem.
Já na plataforma de embarque, Renato decidiu ir ao banheiro antes da chegada do trem. Ao sair, ele contou que foi provocado pelo segurança, que estava com um cassetete. Os dois discutiram novamente e brigaram. O carpinteiro disse que após dar uma cabeçada no segurança teve parte da orelha esquerda arrancada com uma dentada.
Renato foi socorrido no Hospital Carlos Chagas, em Marechal Hermes. Ele terá que ser submetido a uma cirurgia restauradora da orelha.
Em depoimento na 28ª DP (Campinho), Samuel Alves contou que ao deixar o banheiro foi ridicularizado por Renato. Os dois discutiram e brigaram. O segurança disse que mordeu a orelha do passageiro ao perceber que durante a luta seria jogado da escada. Após o golpe, ele foi solto por Renato. Os dois foram encaminhados para exame de corpo de delito no Instituo Médico Legal (IML).
A SuperVia informou que já instaurou os procedimentos administrativos para apurar os fatos e a conduta de Samuel.