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Caso Adriano: testemunhas se contradizem sobre tiro no carro

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O delegado da 16ª DP (Barra da Tijuca), Carlos César Santos, afirmou, neste sábado (24), que os depoimentos das três mulheres que estavam no carro com o jogador Adriano, quando uma jovem de 20 anos foi baleada, foram contraditórios.

De acordo com Carlos César, a vítima e uma amiga entraram no carro de Adriano na saída de uma boate. Outras duas mulheres, conhecidas do jogador, também saíram da boate no veículo do atacante, que era dirigido por um tenente reformado da Polícia Militar. O disparo aconteceu por volta das 5h30 e atingiu a mão esquerda da jovem - Adriene Cirilo, de 20 anos. Segundo a polícia, a arma - uma pistola .40 que é de uso exclusivo das Forças Armadas - é do PM reformado.

Num primeiro momento, Adriene chegou a afirmar que era vítima de bala perdida. Mais tarde, em conversa com policiais militares no hospital Barra D’Or, na Zona Oeste, para onde foi levada, ela afirmou que o disparo teria sido feito por Adriano enquanto ele brincava com a arma. O delegado Carlos César, no entanto, ainda não colheu depoimento da jovem baleada. Ele enfatiza que Adriene não afirma categoricamente que o jogador teria feito o disparo acidentalmente, mas que ele manuseava a arma.

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Por sua vez, as outras duas mulheres afirmaram que o disparo foi dado pela própria vítima, de acordo com Carlos César.

O tenente reformado que dirigia o veículo - Júlio Cesar Barros de Oliveira, de 52 anos - afirmou em seu depoimento que havia colocado a arma debaixo do banco e, ao sair da boate, não retirou a arma de lá. Ela teria escorregado pelo banco de trás e chegado até a vítima, segundo relatou o delegado.

Técnicos estiveram na delegacia para fazer a perícia no carro do jogador. O projétil ficou alojado no forro da porta atrás do banco do motorista.

O delegado pretende ouvir o jogador Adriano para colher mais informações. Caso ele não se apresente espontaneamente, poderá ser intimado

Entre amigos, o atacante do Corinthians teria garantido que Adriene estava brincando com a arma no banco de trás do carro quando acidentalmente disparou contra a própria mão. Adriene teve fratura na mão e passará por cirurgia. 

O jogador teria dito aos seus amigos que está tranquilo e só não foi depor para evitar tumulto com a imprensa no local. Um dos seus amigos, Vinícius Jack, disse que uma amiga da vítima está tentando usar o incidente para se promover. Segundo a testemunha, que não estava no mesmo carro, a arma do segurança estava debaixo do banco da frente e Adriene tentou pegá-la. 

"Na hora de ir embora, conforme o carro foi andando, a arma escorregou para trás. A menina, na inocência, foi devolver a arma para o segurança e, sem saber, apertou o gatilho", disse o amigo de Adriano. "A Adriene tem essa amiga que está querendo se promover. Ela sabe que o Adriano vende jornal". 

Histórico polêmico

Ex-jogador do Flamengo e da seleção brasileira, Adriano coleciona um histórico de polêmicas. Em março de 2010, ele e mais 10 jogadores rubro-negros estariam num baile funk na favela da Chatuba quando sua então noiva Joana Machado apareceu. Indignada com a situação, ela teria lançado pedras contra os carros do jogadores. Na ocasião, alguns jornais apontaram que os traficantes da favela tiveram que conter Joana. 

Em maio do mesmo ano, o jornal "O Dia" divulgou fotos de Adriano segurando um fuzil e fazendo o símbolo "CV" com as mãos, em alusão ao Comando Vermelho, principal facção criminosa do Rio de Janeiro. Ele foi investigado por associção com o tráfico de drogas.