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Delegado garante ter provas do envolvimento de Beltrami com o tráfico

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O delegado da Divisão de Homicídios (DH) de Niterói, Alan Luxardo, explicou, durante coletiva, que as investigações no 7º BPM (São Gonçalo) começaram há sete meses quando foi notado um aumento no número de homicídios ligados ao tráfico de drogas na Região dos Lagos. Desde então, foi descoberta a rede de corrupção que envolve agentes do batalhão de São Gonçalo.

"Há três meses, as investigações apontaram para o envolvimento de policiais militares nas negociações de drogas. Nós temos provas de que o esquema acontecia após a gestão dele (tenente-coronel Djalma Beltrami). Ele negou as acusações, mas temos um material bastante contundente sobre o esquema".

Ainda segundo o delegado, traficantes que teriam fugido do Complexo do Alemão integram o grupo de criminosos que age no Morro da Coruja, em São Gonçalo.  

A prisão

Djalma Beltrami saiu preso do batalhão nesta manhã. Além dele, mais sete policiais militares já foram presos na Operação Dezembro Negro. Beltrami foi levado para a Delegacia de Homicídios de Niterói para prestar depoimento. Ele assumiu o comando do 7º BPM após a prisão do tenente-coronel Cláudio Oliveira, acusado de ser o mandante do assassinato da juíza Patrícia Acioli , em 11 de agosto.

Beltrami fez parte do quadro de árbitros da Ferj de 1989 a 2011. Ele se aposentou por idade em maio. Também era dos quadros da CBF (1995 a 2010) e da Fifa (2006 a 2008).

Operação Dezembro Negro

Mais de 100 policiais civis realizam uma grande operação no Morro da Coruja, em São Gonçalo, para cumprir 13 mandados de prisão contra traficantes e policiais militares. Os PMs são acusados de receber propinas de bandidos para não reprimir o tráfico de drogas. 

Entre os traficantes procurados estão Maicon dos Santos de Souza, o Gaguinho, e Marcelo Fernando Veiga, o Marcelo Piloto, chefes do tráfico no Morro da Coruja e na Mandela, no Complexo de Manguinhos.

Em escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, foram flagradas conversas de policiais do batalhão de São Gonçalo com traficantes. Em uma delas, um policial pedia R$ 10 mil para o "zero um", que é como é chamado o comandante do batalhão, e R$ 5 mil para cada um do Grupo de Apoio Tático (GAT) por semana.