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Prefeitura do Rio inaugura Memorial para presos políticos desaparecidos

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O vice-prefeito e secretário de Meio Ambiente da Cidade do Rio de Janeiro, Carlos Alberto Muniz, através da RioUrbe (empresa vinculada à Secretaria Municipal de Obras), inaugurou na manhã deste domingo, dia11, parte das obras do Memorial dos Presos Políticos da Ditadura, no Cemitério de Ricardo de Albuquerque. 

Estiveram presentes ao local representantes da Ong Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro, além de vários parentes e amigos dos mortos que ali jaz identificados. A abertura foi feita pela presidenta da Ong, Cecília Coimbra, e pela vice, Victória Grabois. Alguns familiares foram convidados a dar seus depoimentos e pequenas explanações foram feitas com bastante emoção e veemência, lembrando a ausência ainda muito presente de seus entes queridos. 

E para fechar o evento, o vice-prefeito Carlos Alberto Muniz fez um discurso em que narrou sobre alguns momentos em que conviveu com alguns daqueles militantes, agora devidamente enterrados com dignidade no cemitério de Ricardo de Albuquerque; e afirmou que a luta pela procura dos muitos ainda desaparecidos não acabou. Para finalizar, Muniz disse que ajudou e conseguiu viabilizar o projeto também porque teve o apoio e o incentivo do prefeito Eduardo Paes, que embora nessa época ainda fosse um menino, teve a sensibilidade de apoiá-lo, colocando órgãos da Prefeitura do Rio à disposição desse trabalho árduo e ratificou que a luta será incansável por aqueles que deram suas vidas à nação por um Brasil melhor.

O projeto, idealizado pelo Grupo Tortura Nunca Mais/RJ, é composto por 14 totens espelhados que levam os nomes dos homenageados. Os ex-políticos terão suas ossadas depositadas em caixas, num grande túmulo de granito.

O trabalho de exumação das 2.100 ossadas depositadas como indigentes em valas de Ricardo de Albuquerque, vizinha ao Campo de Gericinó, foi iniciado há exatos 20 anos. Depois de serem recuperados e guardados no IML de Campo Grande, foram transferidas para o Hospital de Bonsucesso, entidade indicada pelo CREMERJ que oferecia local adequado para a catalogação dos crânios e arcadas dentárias. 

Abaixo, a lista dos 14 militantes políticos assassinados entre 1971 e 1973. Eles faziam oposição à ditadura militar imposta ao povo brasileiro entre 1964 e 1985:

1 – Almir Custódio de Lima (PCBR): 1950-1973

2 – Getulio D’Oliveira Cabral (PCBR): 1942-1972

3 – José Bartolomeu Rodrigues de Souza (PCBR): 1949-1972

4 – José Gomes Teixeira (MR8): 1941-1971

5 – José Raimundo da Costa (VPR): 1938-1971

6 – José Silton Pinheiro (PCBR): 1948-1972

7 – Lourdes Maria Wanderlei Pontes (PCBR): 1943-1972

8 – Luiz Guilhardini (PCdoB): 1920-1973

9 – Mario de Souza Prata (MR8): 1945-1971

10 - Merival Araújo (ALN): 1949-1973

11 – Ramires Maranhão do Valle (PCBR): 1950 - 1973

12 – Ranusia Alves Rodrigues (PCBR): 1945 - 1973 

13 – Vitorino Alves Moitinho (PCBR): 1949 – 1973

14 – Wilton Ferreira (VAR-PALMARES): ? - 1972