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Deputados pedem punição para Barcas S/A na Alerj

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Deputados da Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) se reuniram na manhã desta quarta-feira com representantes das Barcas S/A, da Capitania dos Portos, de Sindicato e com o secretário de Transportes, Julio Lopes, para debater o acidente com o catamarã Gávea I, que feriu pelo menos 55 pessoas na última terça-feira (29).

O deputados Marcelo Simão (PSB), Alexandre Calazans (PMN) e  Graça Matos (PMDB), todos da Comissão de Transportes da Alerj, fizeram duras críticas à atuação das concessionária:

"Pedir para a população evitar as barcas no horário do rush é uma piada. É dizer 'somos incompetentes e não conseguimos administrar o serviço'. Isso é porque a empresa prefere o lucro dos ônibus. Aliás, uma mesma empresa ter a concessão de dois modais diferentes é algo que precisa ser revisto urgentemente", disparou Graça Matos, que ainda criticou a atuação da Agetransp. Para ela, 'a agência não fiscaliza nada'.

Na mesma linha, Simão, que é presidente da comissão, cobrou melhorias no serviço:

"Eu não conheço nenhum comerciante ou empresário que se mantenha à frente de um negócio que dá prejuízo. Eu, que atuo como na área do comércio, não ficaria nessa situação. Então, se a empresa tem prejuízo porque não devolve o serviço para o Estado?", questionou.

Barcas e Secretaria de Transportes minimizam problemas

O secretário de Transportes, Julio Lopes, e o diretor-executivo da Barcas S/A, Hugo Jorge Quedoga, adotaram discursos semelhantes e defenderam a concessionária:

"A meta do governo Sérgio Cabral é termos um índice de acidentes 0%, porque qualquer acidente é inaceitável e nos mostra que ainda temos que melhorar. Mas é inegável os avanços que este governo conseguiu nos transportes de uma maneira geral e na questão das barcas, em específico", defendeu Julio Lopes.

Já o representante da concessionária preferiu usar de estatísticas para diminuir a importância do acidente:

"Nós somos a quinta maior operação naval de transporte metropolitano do mundo, temos mais de 98% de viagens sem atraso e incidentes como esse da embarcação Gávea I representam menos de 1% das viagens".

Domingos Brazão defende serviço e aumento da passagem: "R$ 2,80 é muito barato"

O deputado Domingos Brazão (PMDB) esteve na audiência pública como espectador, já que não faz parte da comissão, mas não deixou de ser notado. O parlamentar defendeu fortemente o serviço das barcas e chegou a bater boca com o representante do Ministério Público. 

A declaração mais polêmica, no entanto, foi em relação ao estudo divulgado pela Agetransp, que recomendava o aumento das passagens na linha Rio-Niterói para R$ 4,70 para acabar com os prejuízos da concessão. Muito criticada pelos demais presentes, a ideia foi aclamada pelo deputado: 

"Eu compreendo a complexidade de operar um sistema como esse, que tranporta 29 milhões de passageiros por ano. Acho que a Barcas S/A fazem um bom trabalho e o aumento é justo, pois R$ 2,80 é muito barato".

Diretor das Barcas nega descumprimento do contrato

O diretor-executivo das Barcas S/A, Hugo Jorge Quedoga, negou que as barcas descumpram o contrato de concessão no ítem que define o número mínimo de passageiros no horário de rush, conforme apurado pela reportagem do Jornal do Brasil.

"Nós já oferecemos mais vagas do que o estipulado em contrato", limitou-se a afirmar o representante.

Conforme publicado pelo JB, o contrato exige que sejam oferecidos ao menos 10 mil lugares nos horários de pico. No entanto, usualmente a empresa disponibiliza apenas 7800 vagas, gerando um déficit de mais de 2 mil passageiros por hora.