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Desvio de fuzis da Polícia Civil leva MP a denunciar sete servidores públicos

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O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a 27ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal do Ministério Público do Rio (MP-RJ) denunciaram ao Juízo da 43ª Vara Criminal da Capital sete pessoas envolvidas no desvio de três fuzis e munições da Polícia Civil. Entre os denunciados estão um policial civil, um soldado do Corpo de Bombeiros, um agente e um inspetor penitenciário do Desipe, além de outros três homens. 

Todos tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça, na última quarta-feira. Eles vão responder pelos crimes de peculato e compra e venda ilegais de arma de fogo de uso restrito. De acordo com a denúncia, a subtração dos fuzis ocorreu na noite do dia 3 de abril de 2010, no posto da Polícia Técnica localizado na Estrada do Mendanha, no bairro de Campo Grande. 

O policial civil Jackson Bispo dos Santos Júnior, então lotado na Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG), desviou dois fuzis da marca Imbel, calibre 762x51 mm, com dois carregadores de 30 munições e um fuzil da marca Reising, calibre .45, com um carregador, pertencentes à Polícia Civil do Estado. O policial foi preso nesta segunda-feira pelo Delegado da DHNSG, Alan Luxardo. 

Ainda segundo a denúncia, o armamento foi colocado no porta-malas da viatura placa LNF-4303 da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo, utilizada pelo policial civil Jackson, e por ele deixada no interior do Posto de Polícia Técnica de Campo Grande, distante de sua base original. Em seguida, o agente do Desipe William Silva da Silva, avisado via telefone por Jackson, foi ao local, acompanhado do soldado bombeiro militar Luiz Henrique Dias de Mello e de Wellington de Paula Santos Rodrigues, vulgo Anton ou Antoni, e subtraiu os fuzis da PCERJ, como previamente combinado com o policial civil. 

A partir da análise de dados telefônicos obtidos com autorização da Justiça e por meio da confissão de um dos envolvidos, foi apurado que, entre os dias 6 e 9 de abril daquele ano, Jackson, William, Luiz Henrique e Wellington, juntamente com o inspetor penitenciário do Desipe Fábio Marques dos Santos (irmão de Jackson), venderam, sem autorização, os fuzis Imbel e seus carregadores ao denunciado José Damasceno Ferreira, no Morro do Adeus.

Dias depois, os cinco últimos venderam o fuzil Reising e seu carregador para o último denunciado, Marcelo Oliveira dos Santos, na mesma localidade. Todos os fuzis foram vendidos, depois, para traficantes de entorpecentes que atuam no local.