ASSINE
search button

Ocupação da Rocinha terá mesmo efetivo da tomada do Alemão

Compartilhar

A ocupação da favela da Rocinha, que deve acontecer até domingo, segundo informou na quinta-feira o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, contará com o mesmo efetivo que o utilizado na ocupação do Morro do Alemão, na Zona Norte, em novembro passado. A informação é da rádio CBN

Na ocasião, 2,6 mil agentes, entre policiais militares, civis e federais, participaram da ação. Também serão utilizados carros blindados de transporte da Marinha e do Exército.

Segundo o secretário estadual de Segurança Pública do Estado, José Mariano Beltrame, a população pode ficar despreocupada com relação a possíveis enfrentamentos entre polícia e traficantes, porque a ocupação foi planejada de forma a evitar confrontos.

Prisão de Nem da Rocinha

O traficante Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, preso na madrugada desta quinta-feira no Rio de Janeiro, estava com o equivalente a R$ 180 mil em dinheiro no momento em que foi flagrado no porta-malas de um Corolla. O dinheiro estava divido em cédulas de real (R$ 59,9 mil) e de euro (50,5 mil euros aproximadamente R$ 120 mil).

A polícia desconfiou do veículo porque ele estava com a suspensão baixa. Quando a guarnição fez a abordagem, um dos ocupantes se identificou como cônsul geral da República Democrática do Congo e apresentou um documento de funcionário do consulado. As negativas do homem em colaborar aumentaram a desconfiança dos policiais, além do fato de o carro ter se movimentado quando foi solicitado que parasse.

"Nem em país de guerra passei por um constrangimentos desses" disse o homem a um tenente. De acordo com o comandante do Batalhão de Choque da PM, tenente-coronel Fabio Almeida de Souza, quando os policias questionaram o que havia no porta-malas os ocupantes responderam ser muito dinheiro e por isso o Corolla estava baixo.

O suposto cônsul não deixou que os policiais abrissem o compartimento e disse que só seria revistado na Polícia Federal. Foi então que a PM começou a escoltar o veículo até a superintendência da PF na zona portuária da cidade. Quando o comboio se afastou da blitz o Corolla parou e os três ocupantes ofereceram R$ 20 mil aos policiais para que eles pudessem prosseguir.

A oferta aumentou as suspeitas e então os policias abriram o porta-malas. Nem foi identificado imediatamente e preso. "A orientação dada era acreditar na operação, a equipe acreditou, abordamos todos os veículos que passavam às 23h foi levantada a suspeita sobre esse carro e a não colaboração aumentou essa suspeita", conta o tenente Ronald Cadar.

A Polícia Militar não tinha a informação de que Nem estaria escondido no veículo. Eles acreditavam que o traficante estaria em um veículo abordado horas antes. O carro suspeito transportava traficantes e estava sendo escoltado por policiais. "Sabíamos que a partir daquela prisão qualquer coisa poderia acontecer uma rendição, uma fuga ou até mesmo uma aglomeração para tentativa de resistência", destacou o superintendente da PF, Valmir Lemos de Oliveira.

Para o delegado federal, a ação dos policiais militares foi "acima da média" do que se aprende na academia. "Aprendemos que quando você trata com representações diplomáticas e consulados corremos o risco de causar uma crise entre dois países por isso a atuação desses policiais foi excepcional ao acreditar na operação."