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Milícias cariocas já são maiores que traficantes, alerta Anistia Internacional

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Os grupos milicianos do Rio de Janeiro ganharam fôlego nos últimos anos e já são a maior forma de crime organizado carioca, afirma o pesquisador da Anistia Internacional Tim Cahill. Responsável por levantar dados no Brasil, ele adianta que uma pesquisa em andamento conclui que os policiais corruptos têm o controle de 45% das favelas do Rio.

À Terra Magazine, Cahill explicou os motivos do convite da Anistia Internacional e da ONG Front Line Defenders ao deputado estadual Marcelo Freixo (Psol-RJ), que viajou para a Europa. 

"Freixo recebeu sete novas ameaças recentemente, nós reconhecemos que ele tem proteção no Brasil, mas a visita será um momento de alívio. Além disso, queremos reforçar a necessidade de a comunidade internacional combater estes grupos milicianos".

O pesquisador diz que a viagem de Freixo é uma forma de pressionar o governo do Rio a implementar as recomendações da CPI das Milícias, presidida por Freixo em 2008. 

"Na época, ficou clara a importância de se quebrar o braço financeiro dessas organizações, as suas fontes de renda, mas essas medidas não foram seguidas", esclarece.

Segundo a Anistia, a principal fonte de renda dos milicianos atualmente é o transporte ilegal: a chamada "máfia das vans", como já vem sendo veiculado pela mídia carioca. Denúncias recentes mostram que cooperativas de motoristas eram obrigadas a pagar propina para as milícias.

Outros negócios das milícias incluem a venda de gás, TV a cabo irregular e um esquema de cobrar dos moradores por serviços de segurança. 

"Outro risco é a força política crescente desses grupos, que patrocinam deputados e vereadores.

A Anistia, que é sediada em Londres, acredita que a ausência de Freixo não será por muito tempo. Ele deverá participar de palestras sobre crime organizado junto com organizações europeias e retornar ao país em algumas semanas.