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Estado desenvolve programas de preservação de água potável 

Iniciativas protegem nascentes e margens dos rios

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O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Agricultura e Pecuária e a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), desenvolve programas para recuperar e preservar um dos bens mais preciosos da humanidade: a água potável. Embora o Brasil tenha a maior reserva de água doce do planeta, apenas 6% dela estão na Região Sudeste, a mais populosa do país. As ações se dividem em duas frentes: proteção de nascentes e reflorestamento de margens de rios.

O programa Rio Rural, da Secretaria de Agricultura e Pecuária, que usa recursos a fundo perdido do Banco Mundial, com contrapartida do Estado, lançou em 2007 a campanha Rio Rural 2016 - Água Limpa para o Rio Olímpico. A ação visa a melhorar as condições de nascentes de cursos d’água até as Olimpíadas. Até agora, o programa já protegeu 374 nascentes com apoio de agricultores familiares, prefeituras, empresas privadas, comitês de bacias hidrográficas e outros parceiros nacionais e internacionais. A meta é proteger 2.016 nascentes até os Jogos do Rio.

– Os recursos hídricos gerados nas nascentes das microbacias hidrográficas formam os rios que abastecem as grandes cidades fluminenses, contribuindo para o bem-estar de toda a população. Com o propósito de preservar a água, preserva-se a natureza e a vida humana – afirmou o secretário de Agricultura, Christino Áureo.

O secretário disse que a experiência fluminense é semelhante a uma desenvolvida no Estado de Nova York, nos Estados Unidos, mas tem uma proporção bem maior que a americana. O Rio Rural, que já emprega US$ 40 milhões do Banco Mundial e vai receber mais um aporte de US$ 100 milhões nos próximos dois anos, tem a meta de preservar a água, mas também todo um conjunto de práticas sustentáveis nas áreas onde elas existem.

O agricultor recebe os recursos para plantar espécies nativas de Mata Atlântica no entorno das nascentes e para recompor as matas ciliares das margens dos cursos d’água. As matas fechadas evitam a invasão de animais, a poluição e o assoreamento, o que contribui para a regularização dos fluxos de água nos rios e favorece a biodiversidade. Cada produtor recebe até o limite de R$ 7 mil para adotar práticas de conservação e técnicas econômicas sustentáveis.

Além das 374 nascentes, o Rio Rural já protegeu 1.240 hectares de matas ciliares e outras florestas nativas. A expectativa é que o volume de água produzido pelas 2.016 nascentes a serem protegidas até as Olimpíadas seja de 6,5 milhões de litros, o que equivale a mais de 2.600 piscinas olímpicas cheias.

Entre os benefícios da proteção dos recursos hídricos, destacam-se a melhoria da qualidade da água e redução dos custos de tratamento, maior disponibilidade para consumo humano e animal, irrigação de lavouras, melhoria das pastagens e, consequentemente, da produtividade da pecuária leiteira.

Cedae já tem três viveiros de mudas e vai inaugurar mais três

Outra ação para melhorar a produção de água potável é o reflorestamento das margens de rios. A Cedae, por meio do programa Replantando Vida, vem reflorestando as margens dos rios Guandu e Macacu, responsáveis pelo abastecimento de mais de oito milhões pessoas da Região Metropolitana. O programa tem assistência técnica da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), de Seropédica, que fornece as sementes e forma a mão de obra de presos empregada no cultivo dos viveiros e no plantio e manutenção das mudas.

– Com o programa, a Cedae economiza no tratamento da água bruta, porque o reflorestamento das margens torna os rios mais limpos. Ele também ajuda na reinserção social de presos que já cumpriram pena – argumentou o coordenador do programa e assessor da presidência da Cedae, Alcione Duarte.

O programa já plantou mais de um milhão de mudas, a maioria na bacia do Rio Macacu, no Leste da Região Metropolitana. Depois de um tempo parado, para definição de responsabilidades com o Comitê da Bacia Hidrográfica, a Cedae vai retomar em 2012 o reflorestamento nas margens do Rio Guandu, na Baixada.

Os projetos de reflorestamento se abastecem de mudas de mais de 100 espécies de árvores nativas de Mata Atlântica em três viveiros cultivados pela empresa: na Estação de Tratamento de Água (ETA) Guandu, em Nova Iguaçu; na incubadora de mudas Arthur Sendas, no Centro de Visitação Ambiental da ETE Alegria, no Caju, Zona Norte do Rio; e Viveiro Manuel Gomes Archer, na área do reservatório Victor Konder, em Campo Grande, Zona Oeste.

O viveiro do Guandu, o primeiro criado pela Cedae, foi ampliado e hoje produz mais do dobro do início: 280 mil mudas por ano; o da ETE Alegria, quase 40 mil/ano; e o de Campo Grande, cerca de 20 mil/ano. Mas, a companhia vai inaugurar mais três viveiros este ano: em outubro, o de São Gonçalo, com capacidade para mais de 200 mil mudas/ano; em novembro, inicia o viveiro de produção de mudas de manguezais anexo ao da ETE Alegria; e, em dezembro, o maior de todos, o da Colônia Penal de Magé, com capacidade para produzir um milhão de plantas.