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Polícia Militar ordena ocupação de duas favelas do Complexo do Alemão

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O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Mário Sérgio de Brito Duarte, ordenou a ocupação, por tempo indeterminado, dos morros do Adeus e Baiana. Os locais foram apontados como as possíveis origem dos tiros que assustaram os moradores do Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, na noite desta terça-feira.

Segundo nota divulgada pela assessoria de imprensa da PM na madrugada desta quarta, "a medida de ocupar o Adeus e a Baiana acontece em razão de não ter tropas federais nos locais, e serem ambos locais com comandamento - ou seja, visão de cima para baixo - portanto, facilitadores de agressão (tiro, arremesso de objetos etc) contra as tropas que patrulham a Avenida Itararé".

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Os militares responsáveis pela ocupação do Alemão receberam reforços de cerca de 50 homens do 16º BPM (Olaria) e do 22º BPM (Maré), além de 100 fuzileiros navais. Doze blindados do Exército foram deslocados para reforçar a segurança nas comunidades. Seis deles participariam dos desfiles da Independência.

De acordo com a Força de Pacificação, a madrugada foi tranquila. Apesar disso, dois homens foram presos após discutirem com soldados do Exército na Estrada do Itararé, próximo à Rua Nova. Na confusão, os agentes chegaram a usar spray de pimenta. Ninguém ficou ferido no episódio.

Noite de terror

De acordo com moradores, o confronto desta terça-feira começou na Rua Joaquim de Queiroz, às 19h30. O criador do AfroReggae, José Júnior, informou, pelo Twitter, que também houve disparos próximo à quadra da Canita. Antes, ele tinha postado uma mensagem informando que "vândalos" estariam atirando fogos de artifício em patrulhas policiais. 

"Pela quantidade de tiros parece um confronto pesado. Ninguém entre e sai!", postou o líder do grupo.

O principal foco de tensão era Comunidade da Alvorada, onde está localizada a Estação Itararé do teleférico. O prédio da estação serviu de abrigo para cerca de 50 moradores que se protegiam dos disparos. A todo momento, foram ouvidos tiros de pistola, fuzil e estrondos de granadas. 

Segundo a polícia, a ação foi comandada por traficantes de drogas com o objetivo de "inquietar" as forças de segurança que trabalham na comunidade desde o ano passado. No confronto, uma pessoa se feriu com estilhaços de uma granada na cabeça e foi levada ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, Zona Norte. De acordo com a Globonews, uma adolescente teria morrido após ser atingida na nuca por uma bala. As autoridades, entretanto, não confirmam a informação.

Moradores registram balas traçantes em vídeo

Vídeo mostra supostos traficantes em ação no Complexo do Alemão

O setor de Inteligência da Força de Pacificação divulgou, nesta terça-feira (6), imagens de homens  que estariam traficando drogas  na Vila Cruzeiro, região do Complexo da Penha, vizinha ao Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio de Janeiro. As imagens teriam sido feitas no domingo, antes do confronto entre moradores e militares.

Depois de divulgadas as imagens, os membros da Força de Pacificação detiveram 12 pessoas, duas das quais acabaram presas por ligação com o tráfico.

Histórico recente

As favelas que formam o Complexo do Alemão foram ocupadas no final do ano passado com a criação das unidades de Polícia Pacificadora. Na ocoasião, houve pouca resistência dos traficantes.

No domingo (4), houve um incidente entre militares e moradores do Alemão. Ao reprimir um grupo de moradores que assistia a um jogo de futebol e que se recusou diminuir o barulho, soldados do Exército foram atingidos com pedras, pedaços de pau e garrafa. Eles reagiram atirando com balas de borracha e spray de pimenta. Várias pessoas ficaram feridas. Desde então, o clima no local é tenso.

Na segunda-feira à noite houve um outro conflito ente os militares do Exército e um grupo de mototaxistas. Os moradores aguardam a situação se acalmar para ertornarem para casa. Blindados do Exército aguardam ordem na base do morro para subir em apoio à tropa.