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Laudo: disparos foram feitos de fora para dentro de ônibus sequestrado

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A Polícia Civil divulgou um laudo preliminar da perícia realizada no ônibus da linha Praça XV – Duque de Caxias, da Autoviação Jurema, sequestrado na noite desta terça-feira (9). O exame apontou que pelo menos 14 disparos foram feitos contra a lataria do ônibus, de fora para dentro do veículo.

A informação confirma o relato de alguns passageiros do ônibus, que diziam, na noite de ontem, não terem ouvido nenhum disparo feito pelos bandidos de dentro do ônibus em direção aos policiais militares. Ao todo, o sequestro do ônibus deixou seis pessoas feridas - cinco por armas de fogo e uma por coronhadas. Uma mulher está internada em estado grave e corre risco de vida.

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Mais cedo, durante entrevista coletiva, o comandante geral da PM, Mário Sérgio Duarte, admitiu que os policiais militares envolvidos na ação quebraram o protocolo da corporação ao atirar contra a lataria do ônibus.  No entanto, ele alega que os PMs atiraram contra o ônibus para furar os pneus do veículo. Ainda segundo Mário Sérgio, os tiros só foram disparados depois que os marginais furaram o bloqueio feito pela polícia. 

"Nós sabemos que o protocolo da PM diz que só se pode atirar em legítima defesa. No entanto, se os PMs não tivessem atirado nos pneus do ônibus, a ação poderia não ter tido êxito", disse Mário Sérgio. "Se tem pessoas inocentes feridas, houve erros, não há dúvidas. No entanto, só a perícia vai dizer se os tiros que feriram os passageiros foram feitos por policiais ou bandidos", declarou o oficial, antes do laudo preliminar ser divulgado.

O comandante garantiu que as armas dos policiais que dispararam contra o ônibus já foram recolhidas por investigadores da 6ª DP e vão passar por exames. Segundo ele, o ferimento de Liza Monica Pereira foi feito, segundo um cirurgião do Hospital Municipal Souza Aguiar, de cima para baixo, e que pode ter sido provocado pelos marginais.

Vítimas

Dentre os seis feridos no sequestro, o caso de Liza Monica Pereira, que foi baleada no tórax e está em estado grave, é o que inspira mais cuidados. Ela segue  no Centro de Terapia Intensiva do Hospital Souza Aguiar,no Centro, e não há previsão de alta. 

Atingido no pescoço, Alcir Pereira, de 56 anos, está em observação na enfermaria na mesma unidade de saúde. Seu estado, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, é estável. Fabiana Gomes da Silva, de 30 anos, passa bem. Ela levou um tiro nas nádegas. Um homem, cuja identificação ainda não foi divulgada, foi atingido de raspão na perna, mas como o ferimento não era grave, ele já foi liberado do hospital. 

Um policial militar, que estava num ponto de ônibus durante o sequestro, também ficou ferido durante a ação. Ele foi atingido na perna e desde a madrugada continua internado no Hospital Central da Polícia Militar, no Estácio (Zona Norte).