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Beltrame critica ação de PMs em sequestro de ônibus no Centro do Rio

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O Secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, disse através de comunicado enviado na noite desta quarta-feira, que “houve erro” na forma como policiais abordaram o ônibus sequestrado por bandidos, na noite desta terça-feira na Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio. Na ocasião, PMs atiraram contra o veículo com reféns para que ele parasse. O sequestro terminou com cinco pessoas feridas. Três homens foram presos e um suspeito continua foragido.

“Houve erro na forma com que a polícia tentou parar o ônibus, porém, em um segundo momento os policiais militares conseguiram evitar o que poderia de pior acontecer. O cerco com as viaturas e a bem sucedida negociação com os assaltantes foram fundamentais para o desfecho que culminou na rendição deles e a libertação dos reféns", disse o secretário.


Mais cedo, durante entrevista coletiva, o comandante geral da PM, Mário Sérgio Duarte, admitiu que os policiais militares envolvidos na ação quebraram o protocolo da corporação ao atirar contra a lataria do ônibus.  No entanto, ele alega que os PMs atiraram contra o ônibus para furar os pneus do veículo. Ainda segundo Mário Sérgio, os tiros só foram disparados depois que os marginais furaram o bloqueio feito pela polícia. 

"Nós sabemos que o protocolo da PM diz que só se pode atirar em legítima defesa. No entanto, se os PMs não tivessem atirado nos pneus do ônibus, a ação poderia não ter tido êxito", disse Mário Sérgio. "Se tem pessoas inocentes feridas, houve erros, não há dúvidas. No entanto, só a perícia vai dizer se os tiros que feriram os passageiros foram feitos por policiais ou bandidos", declarou o oficial, antes do laudo preliminar ser divulgado.

O comandante garantiu que as armas dos policiais que dispararam contra o ônibus já foram recolhidas por investigadores da 6ª DP e vão passar por exames. Segundo ele, o ferimento de Liza Monica Pereira foi feito, segundo um cirurgião do Hospital Municipal Souza Aguiar, de cima para baixo, e que pode ter sido provocado pelos marginais.

Vítimas

Dentre os seis feridos no sequestro, o caso de Liza Monica Pereira, que foi baleada no tórax e está em estado grave, é o que inspira mais cuidados. Ela segue  no Centro de Terapia Intensiva do Hospital Souza Aguiar,no Centro, e não há previsão de alta. 

Atingido no pescoço, Alcir Pereira, de 56 anos, está em observação na enfermaria na mesma unidade de saúde. Seu estado, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, é estável. Fabiana Gomes da Silva, de 30 anos, passa bem. Ela levou um tiro nas nádegas. Um homem, cuja identificação ainda não foi divulgada, foi atingido de raspão na perna, mas como o ferimento não era grave, ele já foi liberado do hospital. 

Um policial militar, que estava num ponto de ônibus durante o sequestro, também ficou ferido durante a ação. Ele foi atingido na perna e desde a madrugada continua internado no Hospital Central da Polícia Militar, no Estácio (Zona Norte).