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Caso Juan: Justiça autoriza quebra de sigilo telefônico de mais dez linhas

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A Justiça do Rio determinou a quebra do sigilo telefônico de dez linhas telefônicas de pessoas que estão sendo investigadas pelo desaparecimento e morte do menino Juan Moraes, de 11 anos, no dia 20 de junho. A informação foi divulgada nesta terça-feira (12) pelo Tribunal de Justiça. Os nomes das pessoas, entretando, não foram divulgados pelo órgão.

O pedido de quebra de sigilo telefônico foi feito pelo Ministério Público e autorizado pelo juiz Márcio Alexandre Pacheco da Silva, do 4º Tribunal do Júri de Nova Iguaçu,  entre o dia 2 de junho até 4 de julho de 2011.

A Polícia Civil investiga o envolvimento de  quatro policiais militares do 20º BPM (Mesquita)no sumiço e morte da criança. Eles estavam na comunidade Danon, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, no dia da morte do menino, e continuam afastados. Outros sete policiais que estavam patrulhando a comunidade no dia da operação policial também são investigados.

Reconstituição durou 15 horas

Com início na última sexta-feira (8), a reconstituição da morte de Juan durou cerca de 15 horas, na comunidade Danon, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, no dia 20 de junho. 

Os sete policiais envolvidos no incidente foram levados ao local separadamente.Juan teria sido assassinado logo depois de um suposto traficante, Igor de Souza Afonso, também ter sido morto. Em entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo, uma moradora da favela revelou que foram os policiais militares que mataram o menino. "Primeiro eles mataram o bandido. Logo depois, o menino saiu correndo. Eles mataram o Juan e correram atrás do irmão do Juan. Eles mataram o Juan, esconderam debaixo do sofá e trinta minutos depois eles pegaram o Juan e jogaram dentro da viatura. No dia seguinte eles vieram e queimaram o sofá para não ter provas", disse a testemunha.

A reconstituição do crime começou na manhã da última sexta-feira e só acabou às 2h da madrugada do último sábado. Uma das vítimas da ação policial, W., chegou em uma cadeira de rodas e andou pelo local com auxílio de muletas. Ele usou uma touca ninja durante toda a ação. 

W. foi incluído em programa de proteção à testemunha. O irmão de Juan não compareceu por que ficou com medo de ficar frente a frente com os policiais. A reconstituição teve a participação de 50 policiais da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e da 56ª DP (Comendador Soares), além de peritos e das duas promotoras que acompanham o inquérito.