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Laudo de reconstituição da morte do menino Juan sai em 30 dias

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O diretor do Departamento-Geral de Polícia Técnica, delegado Sérgio Henriques, informou que o laudo da reconstituição do assassinato do menino Juan de Moraes, que desapareceu no dia 20 de junho após uma operação na comunidade Danon, em Nova Iguaçu, ficará pronto em até 30 dias. 

Segundo ele, que mostrou-se satisfeito com a reprodução simulada, ainda é necessário avaliar os resultados de outros exames para encerrar os trabalhos.

A reconstituição do crime começou ontem de manhã e só acabou às 2h da madrugada de sábado. Uma das vítimas da ação policial, W., chegou em uma cadeira de rodas e andou pelo local com auxílio de muletas. Ele usou uma touca ninja durante toda a ação. W. foi incluído em programa de proteção à testemunha. O irmão de Juan não compareceu por que ficou com medo de ficar frente a frente com os policiais.

A reconstituição teve a participação de 50 policiais da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e da 56ª DP (Comendador Soares), além de peritos e das duas promotoras que acompanham o inquérito.  

Juan teria sido assassinado logo depois de um suposto traficante, Igor de Souza Afonso, também ter sido morto. Em entrevista ao Jornal Nacional, da rede Globo, uma moradora da favela revelou que foram os policiais militares que mataram o menino. "Primeiro eles mataram o bandido. 

Logo depois, o menino saiu correndo. Eles mataram o Juan e correram atrás do irmão do Juan. Eles mataram o Juan, esconderam debaixo do sofá e trinta minutos depois eles pegaram o Juan e jogaram dentro da viatura. No dia seguinte eles vieram e queimaram o sofá para não ter provas", disse a testemunha.

Ainda segundo o Jornal Nacional, o sistema de localização por satélite da viatura (GPS) indicou que os policiais estiveram duas vezes na comunidade na noite do assassinato. O carro seguiu para uma rua atrás do 20º BPM (Mesquita), voltado à favela e depois retornado ao batalhão.

Polícia revê conduta

Por conta das falhas na apuração do caso - a perícia chegou a dizer que o corpo do Juan de Moraes  era de uma menina - As polícias Militar e Civil do Rio de Janeiro terão que mudar a conduta quando houver mortes em operações a partir deste sábado. Uma investigação rigorosa será feita quando um agente informar que houve uma execução de um suspeito. 

A medida foi publicada no boletim interno da Polícia Civil. Agora, toda vez que um policial matar alguém em confronto, o que é chamado de auto de resistência, a investigação será bem mais rigorosa. 

Os delegados que fizerem o registro da ocorrência deverão cumprir uma série de obrigações, como acionar imediatamente uma equipe ao local do crime para isolar a área; requisitar a polícia técnico-científica, a chamada perícia; e apreender as armas dos policiais envolvidos.