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Manifestação em Copacabana exige fim de perseguição da religião Bahá’í no Irã

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A Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR) estará, no próximo domingo, a partir das 10h, na “Manifestação pela Liberdade e pela Vida” em solidariedade à Comunidade Bahá’í. O encontro será na Praia de Copacabana e exige o fim da perseguição aos seguidores da religião no Irã. São esperadas centenas de pessoas vindas de diversos estados brasileiros, lideranças do Movimento Negro, grupos de Direitos Humanos e do Governo, além de representantes da sociedade civil e de entidades religiosas de vários credos. O evento será realizado em frente à Rua Siqueira Campos.

"Essa manifestação é importante para mostrar nossa indignação sobre a prisão das sete lideranças Bahá’í. Queremos conclamar a todos para também se indignar com essa prisão arbitrária. Essas lideranças estão presas em condições subumanas por quererem professar sua religião", ressalta a representante da Comunidade Bahá’í na CCIR, Marilucia Pinheiro.

Para ilustrar a perseguição religiosa sofrida por esses sete religiosos, serão fincadas nas areias de Copacabana 7.747 máscaras com os rostos desses cinco homens e duas mulheres. O número equivale à soma dos dias em que cada um deles está sob privação de liberdade, mantidos em condições insalubres, além de impedidos de contribuir com o progresso da sociedade.

"Estaremos unidos com a Comunidade Bahá’í neste ato democrático. A CCIR já é reconhecida em todo Brasil na luta pela garantia de um Estado laico e que assegure a liberdade religiosa de seus cidadãos. Com a visita da Prêmio Nobel da Paz iraniana, Shirin Ebadi, e o seu pedido de apoio à causa da Comunidade Bahá’í, a Comissão se consolida internacionalmente pela defesa dos Direitos Humanos e de liberdade religiosa, de expressão e pensamento", afirmou o interlocutor da CCIR, babalawo Ivanir dos Santos.

Para o babalawo, o Brasil precisa mostrar para o mundo que a convivência pacífica é possível. "Precisamos administrar os conflitos e pensar no bem da sociedade. Uma crença não deve ser considerada superior a outra. Temos que estar atentos a religiões que querem dizimar a cultura do diferente, como se não tivesse importância. Temos que acabar com esse comportamento fascista", defendeu.

A Fé Bahá’í

Surgida em 1844, a religião Bahá’í tem hoje mais de 300 mil seguidores e é a maior entre as minorias religiosas no Irã. Entretanto, ela não é reconhecida pelo governo iraniano, sendo perseguida desde o seu surgimento. Após a Revolução Islâmica, em 1979, esta perseguição se intensificou e centenas de bahá’ís foram mortos, milhares foram presos e outras centenas de milhares sofreram outros tipos de privação.

A Fé Bahá'í chegou ao Brasil com o pioneirismo da americana Leonora Armstrong em 1921. De lá para cá, a Comunidade Bahá'í se desenvolveu e cresceu, com mais de 65 mil bahá'ís de todas as idades, está presente em todos os estados brasileiros. Os bahá'ís participam ativamente da vida comunitária, oferecendo atividades de cunho espiritual voltadas para crianças, jovens e adultos, abertas a todos os interessados. Atividades de desenvolvimento socioeconômico e educacional e a promoção de reflexões sobre temas correntes, - como Direitos Humanos, Sustentabilidade, Igualdade Racial e de Gênero - junto à sociedade e ao governo, também fazem parte da agenda bahá'í no Brasil e no mundo.