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Alerj entra com ação contra editora do polêmico livro que ‘maltrata’ o português

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Por considerar nocivo aos alunos o livro didático “Por uma vida melhor: Educação de Jovens e Adultos”, cuja proposta pedagógica defende o uso da linguagem popular - casos como ‘nós pega o peixe’, ‘os menino pega o peixe’, ‘os livro’, ‘os livro mais interessante’, entre outros -, a Comissão de Defesa do Consumidor da Alerj entrou com ação coletiva de consumo no fim da tarde desta sexta-feira, 20 de maio, contra a Editora Global, responsável pela distribuição da publicação. A Comissão pede que seja proibida a comercialização do livro e retirados do mercado os exemplares que, por ventura, já foram vendidos. Foi requerida, também, indenização por danos morais coletivos – ação  ajuizada na 1ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Estado do Rio.              

O objetivo do livro, que motivou o Ministério da Educação a adotá-lo nas escolas públicas, foi o de combater a discriminação linguística. Mas, no entender da Defesa do Consumidor da Alerj, apesar da aparente boa intenção da editora, a proposta pedagógica levará , no futuro, a consequências danosas milhares de alunos em todo o País.  Como exemplos, podem ser citados os concursos públicos, em que se exige regras oficiais da língua portuguesa; as entrevistas de emprego, nas quais o português bem falado tem grande relevância; a prova do Enem, que adota as normas do português oficial, os vestibulares...

“É inaceitável que um fornecedor de material ligado à educação, sob o pretexto de acabar com a discriminação linguística, imponha, deliberadamente, sem a participação popular, a modificação da língua oficial falada e escrita de um País. Como uma editora pode classificar como didático um material que tão-somente representa o entendimento pessoal de seus autores sobre uma questão social relevante e que merece um debate profundo e longo?”, questiona a presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da Alerj, deputada Cidinha Campos.

A proposta pedagógica da editora, segundo Cidinha, está na contramão das atuais transformações, pois o Brasil participa de um processo de uniformização mundial da língua portuguesa.

“Esse livro, caso não seja retirado do mercado, vai acentuar ainda mais as desigualdades sociais. O acesso às universidades e faculdades, e aos empregos públicos e particulares, ficará mais longe do alcance daqueles que a editora e os autores da obra pretendem defender”, ressaltou a deputada.