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Central de Tratamento de Resíduos de Seropédica começa a operar

Aterro de Gramacho deverá ser desativado até 2012

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A nova Central de Tratamento de Resíduos (CTR), em Seropédica, - que vai gradativamente receber os resíduos que iam para o Aterro de Gramacho - entrou em funcionamento na manhã desta quarta-feira, dia 20. A Central reúne tecnologia de ponta inédita na América Latina para garantir o destino adequado do lixo, sem riscos para o meio ambiente. Com isso, a Prefeitura inicia o processo de encerramento das atividades no Aterro Controlado de Gramacho, em Duque de Caxias, que deve ser completamente desativado em 2012.

O início das operações da nova CTR foi acompanhado de perto pelo prefeito Eduardo Paes, pelos secretários municipais de Conservação e Serviços Públicos, Carlos Roberto Osório, e da Casa Civil, Pedro Paulo Carvalho Teixeira, além da presidente da Comlurb, Angela Fonti, da presidente da Ciclus, Adriana Filipetto, e de diretores da empresa concessionária.

Nesta primeira fase serão depositadas na CTR cerca de mil toneladas diárias de lixo. Esta quantidade será levada para Seropédica em nove carretas, que farão cinco viagens, totalizando 45 percursos por dia. O local abrigará inicialmente os detritos vindos da Estação de Transferência de Jacarepaguá, destino dos caminhões coletores e basculantes que circulam nos bairros da Barra da Tijuca, Recreio e Jacarepaguá.

A Central de Tratamento de Resíduos em Seropédica é uma concessão da Companhia de Limpeza Urbana (Comlurb) à Ciclus e, além dos resíduos do Rio, receberá os detritos dos municípios de Itaguaí e Seropédica. A Ciclus, responsável pelo projeto do empreendimento e realização das obras, vai operar a CTR.

 

Biogás

Composto por cerca de 50% de metano, o biogás é um dos principais poluentes gerados pela decomposição do lixo, colaborando com o efeito estufa. Na CTR, esse passivo será transformado em ativo econômico. O biogás pode ser levado a uma usina de geração de energia ou ser tratado e purificado para ganhar propriedades semelhantes às do gás natural, para comercialização.

Para a geração de energia, o gás captado no aterro é levado para seis rotogeradores com capacidade de absorver dois mil metros cúbicos do gás por hora. Como o biogás é altamente inflamável, ele é usado como combustível para os equipamentos, que gerarão energia. O aproveitamento bioenergético previsto para ser desenvolvido na CTR terá capacidade de gerar 30 MW de energia quando o empreendimento estiver em pleno funcionamento, o que corresponde à iluminação de uma cidade de 200 mil habitantes.

O biogás que não for aproveitado na geração de energia ou no processamento será transformado em CO2 através da incineração em flares. O processo está dentro das especificações previstas em lei. Como o metano é 21 vezes mais poluente do que o gás carbônico, o processo gera uma redução significativa de emissões de gases do efeito estufa.

 

Do chorume à água de reuso

O tratamento do chorume, um dos principais passivos da má gestão de resíduos, também ganha tecnologia inovadora com a implantação da CTR.

O fim do problema, que é histórico no entorno da Baía de Guanabara, será dado através da Estação de Tratamento de Chorume (ETC), que transforma o líquido tóxico em água de reúso. Ao todo, quando estiver em pleno funcionamento, dois mil metros cúbicos do efluente serão tratados por dia.

Depois de tratado, o líquido clarificado se torna um produto: a água de reúso, que pode ser usada de diversas formas pela empresa ou até como água de serviço em processos industriais. Já o concentrado obtido nas etapas de filtração passa por um processo de oxidação avançada.

Todo o lodo tratado, após a desidratação, retorna para o aterro como resíduo sólido.