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Após suspeita de tortura, Martha Rocha afasta delegado de Botafogo

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Depois de uma denúncia de tortura feita esta semana pelo funcionário de um ferro-velho da Região dos Lagos contra cinco policiais da 10ª DP (Botafogo), a chefe da Polícia Civil, Martha Rocha decidiu afastar os PMs acusados de envolvimento no caso - que inclui agressão ao órgão genital do denunciante com um alicate - e o então delegado titular da Delegacia de Botafogo, José Alberto Pires Lage.

Para substituir Pires Lage, foi convocado o ex-diretor de Polícia da Capital, Rodrigo Oliveira.

Segundo o denunciante, ele foi trazido da Região dos Lagos para a sede da 10ª DP, em Botafogo, para ser torturado e, assim, obrigado a falar que seu patrão praticava o crime de receptação de veículos roubados. O homem alega ter levado socos no rosto e na barriga. Em seguida, foi obrigado a tirar a roupa e teve seu pênis beliscado inúmeras vezes com um alicate.

Ainda de acordo com um relatório publicado pela Corregedoria Interna da Polícia Civil (COINPOL), o intuito da tortura servia para que o homem confirmasse uma suspeita de compra e venda de peças roubadas de automóveis.

Com o afastamentos determinado hoje, os agentes suspeitos de tortura passam a atuar na Seção de Pessoal em Situações Diversas, por conveniência disciplinar. O inquérito do caso está em mãos do Promotor de Justiça em exercício na Central de Inquéritos correspondente. 

Embora não haja notícia da participação do delegado, a decisão quanto ao seu afastamento se deu por entender a Chefe de Polícia que tal fato, minimamente, apontava para falha de gestão por parte do delegado, que será removido para a Delegacia Supervisora.