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Martha Rocha: "Não basta ser mulher; precisa ser competente"

Em entrevista ao site do Governo do Estado, a nova chefe de Polícia promete um comando firme, mas sem perder a ternura

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RIO - Simples, falante e feminista. Estes são alguns dos adjetivos que a nova chefe de Polícia Civil, Martha Rocha, atribui a si mesma e com os quais conta para marcar a sua gestão no posto, ocupado pela primeira vez por uma mulher. Ao cargo, no entanto, Martha não chegou pela condição feminina. “Não basta ser mulher. Precisa ser competente antes de tudo”, afirma. Em entrevista ao site do Governo do Estado, Martha garante que é uma pessoa transparente, que sempre diz a verdade.

Veja a entrevista na íntegra:

 

Como é a Martha Rocha pela Martha Rocha?

- Sou uma pessoa transparente que fala mais rápido do que pensa algumas vezes, mas diz sempre a verdade. Às vezes, é dura quando diz a verdade. Tenho o compromisso de ser justa. Não tenho medo de decidir. Acho que pior do que decidir errado é não decidir. Vivo um dia de cada vez, literalmente, sem ficar fazendo planos. Sou taurina, possessiva. Mas sou muito bem-humorada e faço piada sobre mim mesma.

 

Martha Rocha no trabalho é diferente da Martha Rocha em casa e em encontros sociais?

- Não. A Martha hoje já cozinhou. A Martha, seja no trabalho ou em casa, é uma pessoa extremamente simples e acessível. Vivo o meu bairro, meu restaurante-família. É muito simples conviver comigo, talvez nem tão fácil. Sou filha de dono de padaria.

 

A delegada se encaixa no perfil delineado por Che Guevara de endurecer sem perder a ternura?

- Sem dúvida. Sabe a frase que diz que a mão que bate é a mão que afaga? Eu falo assim, com este ar blasé... Mas se tenho uma qualidade é esta: não perpetuo divergências. Se as tiver com alguém, vou chegar e dizer: Olha, não gostei disso, disso e disso. Acabou, agora me dá um abraço e vamos começar tudo de novo.

 

Fora do trabalho, o que a senhora gosta de fazer?

– Gosto de cozinhar, receber meus amigos. Cozinho bem. Já falei que vou fazer uma receita de Bacalhau à Martha Rocha, uma coisa bem portuguesa. Gosto de estar com minha família. Amo o Natal. O Natal é em minha casa, esta coisa do congraçamento é muito boa para mim que moro sozinha. Adoro fazer supermercado. Vou à missa todos os domingos. Acho que o Estado tem que ser laico, mas professo e pratico a minha religião, que é católica.

 

Feminista e devota de Nossa Senhora da Conceição

A delegada Martha Rocha, 51 anos, nascida na Penha, Zona Norte do Rio, filha de portugueses, solteira e devota de Nossa Senhora da Conceição, diz que, apesar da aparente fragilidade, sabe ser dura e afirmativa. Não titubeia na hora de tomar decisões. É com este perfil e muita experiência na Polícia Civil que vai comandar uma corporação composta por 12 mil policiais, a maioria homens.