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Operação da PF fecha duas delegacias à procura de policiais corruptos

Mais de 500 agentes participam da ação em vários pontos do Rio

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RIO - As delegacias da Penha (22ª) e de São Cristóvão (17ª) foram fechadas esta manhã por policiais federais que participam da 'Operação Guilhotina', que cumpre 45 mandados de prisão e 48 de busca e apreensão contra policiais civis e militares acusados de corrupção, roubo e envolvimento com traficantes. Celulares e armamentos foram apreendidos, com o objetivo de comprovar o envolvimento dos policiais dessas delegacias com ações criminosas. Os agentes da PF também não encontraram em sua residência o ex-sub-chefe de Polícia Civil, Carlos Antônio Luiz de Oliveira, um dos procurados, e agora ele é considerado um foragido.

Operação Guilhotina

Mais de 350 policiais federais estão nas ruas do Rio para cumprir os mandados de prisão e de busca e apreensão contra policiais civis e militares. Investigações da PF apontam que os policiais acusados faziam jogo duplo e informavam os traficantes sobre operações realizadas em favelas da cidade.

Um dos criminosos beneficiados teria sido Antonio Bonfim Lopes, o Nem, chefe do tráfico nas favelas da Rocinha e Vidigal. Em setembro de 2009, o bandido foi avisado sobre uma grande operação montada pela PF para prendê-lo. As investigações indicaram que um braço-direito do chefe da Polícia Civil avisou o criminoso, e ele escapou do cerco.

Ainda de acordo com a PF, os policiais corruptos recebiam até R$ 100 mil de propina por mês para proteger os traficantes. Além disso, os acusados também roubavam os próprios bandidos. Os crimes mais recentes ocorreram nos complexos da Penha e do Alemão, quando policiais civis e militares foram flagrados saqueando dinheiro e pertences dos moradores e dos traficantes.

A megaoperação desta sexta-feira tem a colaboração da Secretaria de Segurança, Corregedoria Geral Unificada (CGU) e do Ministério Público estadual. Pelo menos duas delegacias da Polícia Civil e endereços em vários bairros do Rio estão sendo vasculhados pela PF.

Por volta de 7h, a PF divulgou nota sobre a Operação Guilhotina, informando que a ação se iniciou a partir de vazamento de informação numa operação policial que era conduzida pela Delegacia de Polícia Federal em Macaé, denominada “Operação Paralelo 22”,  que tinha como principal objetivo prender o traficante conhecido como “Rupinol”, que atuava na favela da Rocinha junto com o traficante Nem.

A partir daí, duas investigações paralelas foram iniciadas, uma da Corregedoria Geral Unificada da Secretaria de Segurança do Rio e outra da Superintendência da Polícia Federal/RJ. A troca de informações entre os serviços de inteligência das duas instituições deu origem ao trabalho conjunto desta manhã.

Segundo a PF, a “Operação Guilhotina”  colocará fim à atuação de um grupo criminoso formado por policiais (civis e militares) e informantes envolvidos com o tráfico ilícito de drogas, armas e munições, com a segurança de pontos de jogos clandestinos (máquinas de caça-níqueis e jogo do bicho), venda de informações policiais e com milícias, além de se dedicarem ao que se chama “espólio de guerra”, que é a subtração de produtos de crime encontrados em operações policiais, como ocorrido na recente operação de ocupação do complexo do Alemão.

As forças estaduais destacaram hoje 200 homens, além de dois helicópteros e quatro lanchas. As equipes da Polícia Federal empregam um efetivo de 380 homens.