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Rio de Janeiro registra queda no número de casos de hanseníase

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O número de casos de hanseníase no estado do Rio de Janeiro apresentou queda do ano de 2009 para 2010. No ano passado foram notificados 1.866 casos, 323 a menos do que os 2.189 registrados em 2009. A tendência vem sendo percebida desde 1993. O Rio de Janeiro registrou em 2009 12,45 casos novos por 100.000 habitantes, enquanto o Brasil detectou 19,64 casos. Atualmente, o Rio de Janeiro conta com uma incidência de menos de 2.000 novos casos de hanseníase por ano, meta proposta pela Organização Mundial de Saúde (OMS). As informações são da Secretaria do Estado de Saúde do Rio.

O Programa de Controle e Prevenção da Hanseníase da Secretaria de Estado de Saúde de Defesa Civil (Sesdec) conta com diversas estratégias para o combate e controle da doença, entre elas a capacitação de profissionais nos municípios para diagnóstico e tratamento. São treinados cerca de 2.000 profissionais por ano, que aprendem, por exemplo, a fazer curativos, tratar sequelas, adaptar calçados e gerenciar sistemas de informação. Além do programa, a Sesdec administra dois grandes hospitais-colônia de hanseníase, onde antigamente eram internados pacientes com a doença e segregados da sociedade: o Hospital Tavares de Macedo (em Itaboraí) e o Instituto Estadual de Dermatologia Sanitária (IEDS), antiga colônia de Curupaiti.

A hanseníase é uma doença infecto-contagiosa crônica, que atinge, principalmente, as células cutâneas e células dos nervos periféricos, mas tem tratamento e cura. Em função do potencial incapacitante, a doença é de notificação compulsória em todo o território nacional.

"A hanseníase se manifesta, inicialmente, através de manchas dormentes brancas ou avermelhadas na pele, e o tratamento é feito gratuitamente nos postos municipais de saúde, sem necessidade de internação, a não ser em casos especiais",  comenta a gerente de Dermatologia Sanitária, Kédman Trindade Mello.

O Brasil mantém, nas últimas décadas, a situação mais desfavorável da hanseníase na América e o segundo maior número de casos novos (CN) do mundo. Os estados mais críticos são Mato Grosso, com 89,48 casos novos por 100.000 habitantes e Tocantins, com taxa de 88,54.

Hospital Tavares de Macedo – Atualmente, moram aproximadamente 7.000 pessoas na comunidade (ex-portadores e seus parentes), sendo apenas cerca de 300 portadores de hanseníase. O hospital possui cinco enfermarias e ambulatórios de várias especialidades, entre elas dermatologia, pediatria, neurologia, ortopedia, clinica médica, odontologia, otorrinolaringologia e serviço social. Além disso, dispõe de serviços de baciloscopia, curativo, pequenas cirurgias, exames laboratoriais e terapia ocupacional.

IEDS – A colônia de Curupaiti foi inaugurada em 1928, quando recebeu 53 pacientes transferidos do Hospital dos Lázaros. A entidade surgiu porque os pacientes, que ficavam segregados no hospital para tratamento de hanseníase, precisavam conviver com a ida e vinda dos parentes ao local, que acabou acomodando os familiares dentro da própria unidade hospitalar e ao redor dela, através da construção de novas casas. Durante muitas décadas, recebeu doentes de todo o Brasil e tornou-se o primeiro hospital a tratar os pacientes com a multidroga, tratamento recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Em novembro de 2008, a colônia passou a chamar-se Instituto Estadual de Dermatologia Sanitária (Ieds). Em 2010, mais de 200 famílias da comunidade do instituto receberam título de posse de suas moradias. A iniciativa, inédita no país, foi um esforço do Estado para garantir um endereço próprio aos moradores.