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Atrasado para posse, Sérgio Cabral assume segundo mandato no RJ

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O reeleito governador do Rio de Janeiro, Sérgio de Oliveira Cabral Santos Filho (PMDB), foi empossado por volta das 12h deste sábado em sessão solene no Palácio Tiradentes, sede da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), na capital fluminense. A cerimônia que também empossou o vice, Luiz Fernando Pezão (PMDB), foi presidida pelo presidente da Alerj, o deputado Jorge Picciani (PMDB).

Após passar por uma tímida manifestação de policiais e bombeiros em defesa da aprovação do projeto de lei PEC 300, que prevê a criação de um piso salarial nacional para policiais (militares e civis) e bombeiros, Cabral entrou no Palácio Tiradentes por volta das 11h20, acompanhado de sua esposa, Adriana Ancelmo.

Pontuada pelo atraso - tudo estava agendado para começar às 10h45 - a cerimônia de posse contou com a presença do prefeito do Rio, Eduardo Paes, e o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzmann, este acompanhando de diversos membros do mesmo comitê. Cerca de 1200 pessoas foram convidadas para a posse.

UPPs e Olimpíadas

 Prestes a completar 48 anos no próximo dia 27 de janeiro, Sérgio Cabral inaugura seu segundo mandato como governador do Rio de Janeiro tendo sido reeleito no primeiro turno com 5,2 milhões (66,08%) de votos, mais do triplo do número de votos recebidos pelo segundo colocado, Fernando Gabeira (PV), que obteve 1,6 milhões (20,67%). Cabral, que tem nas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) o carro-chefe de seu governo, é o primeiro governador reeleito do Rio.

A visibilidade do governo de Cabral com as UPPs, para "trazer a paz ao Rio", como ele mesmo dizia, a escolha da capital para sediar as Olimpíadas de 2016 e o esforço para pegar carona no bonde de popularidade do governo Lula foram, politicamente, os pontos fortes do governo do peemedebista.

De dezembro de 2008 a novembro de 2010, 13 unidades da UPP foram implantadas em favelas da capital. Logo após ser reeleito, Cabral enfrentou uma onda de atentados promovidos por uma facção criminosa contrariada com a implantação das UPPs. O embate terminou com a invasão da polícia, com ajuda do Exército, no Complexo do Alemão e o Complexo da Penha.

Sempre acompanhando o presidente em inaugurações de obras pelo Estado e dividindo palanques com a presidente eleita, Dilma Rousseff, Cabral formou uma forte aliança com o governo federal. A união resultou na inclusão de recursos do PAC para o Rio, com obras na Rocinha, no Complexo do Alemão e em Manguinhos.

Cabral também aposta na amizade com o presidente para que o projeto de partilha dos royalties do Pré-Sal seja vetado. O governador alega que o Rio pode perder cerca de R$ 23 bilhões com o fim da participação especial que os Estados produtores, como Rio e Espírito Santo, tinham direito pela extração de petróleo, o que resultaria em um rombo no orçamento estadual.

A campanha de Cabral arrecadou R$ 20,6 milhões em doações, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral. O valor é mais do que cinco vezes a soma levantada pelo seu principal concorrente nas eleições, Fernando Gabeira (PV), que arrecadou R$ 3,6 milhões. A maior parte do montante doado a Cabral partiu de empreiteiras, como Camargo Correia e OAS, que doaram R$ 1 milhão, cada. Entre os que mais doaram a Cabral, segundo o TSE, também estão o empresário Eike Batista (R$ 750 mil) e os bancos Itaú-Unibanco (R$ 700 mil) e BMG (R$ 600 mil).

Para governar, Cabral conta com uma coligação de 16 partidos e ampla maioria na Assembléia Legislativa do Rio. Seu vice continua sendo Luís Fernando Sousa, o Pezão. Cabral é casado com a advogada Adriana Ancelmo Cabral e tem cinco filhos.