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Babilônia ganha praça, quadra de esportes e geladeiras

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RIO - O Natal de 2010 não será igual aos dos anos anteriores para os moradores do Morro da Babilônia, no Leme, Zona Sul do Rio. Além de já viver em paz desde junho de 2009, com a instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), que também atende a comunidade do Chapéu Mangueira, os moradores de Babilônia acabam de ganhar novos presentes: uma pracinha nova, a Praça Mestre Bebetinho, e uma quadra de esportes ao lado. As obras foram inauguradas pelo secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, na manhã desta sexta-feira.

No Dia da Criança do ano passado, o secretário, numa de suas visitas à comunidade, percebeu crianças brincando de bola num terreno baldio, ao lado da praça, e até temeu pela integridade física delas, devido à precariedade do lugar. Por intervenção dele junto ao presidente José Gustavo, o Metrô Rio encampou a idéia e fez as obras necessárias, gastando cerca de R$ 350 mil.

Segundo o secretário, o plano era entregar a nova praça e a quadra, que tem, inclusive, vestiário, no Dia da Criança, em outubro passado. Como não foi possível, o presente ficou para o Natal.

– É um pequeno passo a mais, A caminhada é longa. O Rio de Janeiro tem vários lugares, como este, que têm direito a essas obras e serviços. A dívida do Estado para com essas comunidades, sem dúvida alguma, é muito grande, mas, finalmente, a gente vê este mesmo Estado se movimentando no sentido de atendê -las – constatou o secretário.

Beltrame também entregou à dona de casa Maria Nazareth de Paula Costa, que mora na comunidade desde os 17 anos, uma geladeira nova com módulo econômico de energia, doada pela Light em troca do equipamento velho, dentro do programa Comunidade Eficiente, criado pela empresa para regularizar o uso de energia elétrica nas comunidades carentes da cidade. A Light vai fazer a renovação dos aparelhos em mais de 400 moradias da Babilônia, segundo o presidente Jérson Kelman.

– A Light nesta comunidade, como em todas que foram pacificadas, entra na esteira da pacificação e regulariza as instalações desses lugares. De um lado, a gente troca a rede aérea, que é nossa responsabilidade, e, se os moradores quiserem, entramos na casa deles e modificamos a rede elétrica e trocamos geladeiras e lâmpadas. A finalidade é diminuir o consumo de energia para que, com isso, os moradores possam efetivamente pagar a conta. Adicionalmente, estamos fazendo nessas comunidades um escalonamento da cobrança da conta de luz para fazer com que essas pessoas, que não estavam habituadas a pagar conta de luz, possam aprender a usar a energia, modificando seus hábitos de consumo, agora que estão pagando – explicou Kelman.

O executivo disse que, ao mesmo tempo em que os moradores de Babilônia passam ter cidadania plena, com o fornecimento de energia de qualidade, terão também a obrigação de pagar suas contas em dia. Ele garantiu que a empresa, a partir de agora, cortará a luz de qualquer residência que não pagar a conta ou fizer ligação clandestina de energia, o chamado “gato”. Haverá, porém, um programa de escalonamento das contas iniciais, como explicou o presidente da Light.

– Para quem consome energia equivalente a uma família de classe média, a conta inicialmente não será paga integralmente, mas a partir de um valor menor que vai subindo nos próximos 18 meses até atingir a conta plena. Além disso, há a tarifa social para aquelas famílias com renda per capita inferior a meio salário mínimo e que sejam cadastradas na empresa e que tenham o número de inscrição social. Elas pagam uma conta de valor bem menor – detalhou Kelman.

A dona Maria Nazareth de Paula era só felicidade com a nova geladeira. Chegou a chorar, quando recebeu o aparelho do secretário de Segurança.

– Agradeço a Deus por ter tocado as autoridades e a empresa por esse presentão de Natal que vai me ajudar muito. Deus colocou na minha mão cinco netos, com a morte de minha filha. Ele está me dando forças para acabar de criá-los. Todo ano o meu Natal é feliz, mas este ano Deus dobrou a minha felicidade – agradeceu.

Além do presidente do Metrô, também estavam presentes a subsecretária de Assistência Social e Direitos Humanos, Sylvia Ramos, o comandante da UPP, capitão Felipe Magalhães, e líderes comunitários locais, como os presidentes das associações de Moradores da Babilônia, Persília da Silva Pereira, e de Chapéu Mangueira, Valdinei Medina, entre outros.