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Após agressão a jovem gay, Exército diz que não tolera homofobia

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Rio - "Não temos discriminação com nenhum ser humano. Pregamos o respeito à dignidade", afirmou o comandante do Forte de Copacabana, coronel Afonso Henrique Pedrosa, em entrevista nesta sexta-feira ao RJ TV. O coronel garantiu que o Exército brasileiro não admite em seus integrantes qualquer conduta homofóbica, e ressaltou que ainda falta saber se o disparo foi intencional ou não.

As declarações foram dadas após um rapaz de 19 anos, que participou da Parada Gay domingo, no Rio, ter sido abordado e baleado no Arpoador por militares. O coronel afirmou que os sargentos não deveriam estar no local. "Os sargentos foram para afastar as pessoas de lá, daquela conduta irregular. A rotina do Forte Copacabana não inclui qualquer tipo de atuação fora da área militar. Eles não tinham que estar lá. Foi uma conduta irregular", completou.

O comandante destacou ainda a agilidade na investigação interna do Exército. "Nossa apuração foi rápida. Queríamos dar uma resposta à sociedade daquilo que foi incorreto, de ações individuais e não institucionais", disse.

Risco assumido

O delegado Fernando Veloso, titular da 14ª Delegacia de Polícia Civil, afirmou nesta sexta-feira que o sargento do Exército que baleou o jovem após uma parada gay no Rio de Janeiro assumiu o risco, mesmo que o disparo tenha sido acidental. "No meu entendimento ele assumiu o risco de produzir o resultado ao manipular a arma".

De acordo com o delegado, Ivanildo Ulisses Gervásio será indiciado por tentativa de homicídio duplamente qualificado. Ele disse que falta apenas apontar se o tiro foi acidental, como alegou o sargento no inquérito militar, ou se ele teve a intenção de atirar.

Veloso tentou ouvir o sargento nesta sexta-feira, mas o acusado não quis se pronunciar. Segundo o delegado, o suspeito exerceu o direito de permanecer calado e só deverá se pronunciar em juízo. A Polícia Civil espera receber o restante da investigação do Exército e laudos técnicos para concluir o inquérito e entregá-lo ao Ministério Público na próxima semana.

O caso

Na madrugada do dia 15, Douglas Igor Marques, 19 anos, foi baleado após participar da 15ª edição da Parada do Orgulho LGBT, no domingo, na orla de Copacabana, Zona Sul do Rio. O jovem e a família acusam o sargento Ivanildo pelo disparo, além de agressão e discriminação por parte de militares.

O autor do disparo foi descoberto com a ajuda de um exame balístico realizado pelo Exército, que apontou que a arma em posse do militar havia sido utilizada. Segundo a polícia, Ivanildo Ulisses Gervasio e Jonathan Fernandes da Silva, que têm a patente de 3º sargento do Exército, alegaram terem sido "desafiados" pelo estudante.

Com Portal Terra