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Bandido é procurado por milícia, polícia civil e polícia militar

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Ricardo Albuquerque, Agência JB

RIO - A ousadia e a crueldade de um traficante desafiam as polícias civil e militar. Fugitivo da 55ª DP (Queimados), Renato Henrique Cavalcante Silva, o Rei do Beco, 25 anos, tem uma lista de acusações tão extensa que obrigou a Divisão de Inteligência da Policia do Exército a participar das investigações depois do assassinato de um sargento.

Informações sobre o seu paradeiro valem R$ 3 mil, valor estipulado pelas milícias cariocas para ver o bandido preso ou morto. Desde segunda-feira, cartazes com a foto dele foram espalhados nos bairros de Anchieta, Ricardo de Albuquerque e Pavuna e nos municípios de Queimados e Nilópolis, na Baixada Fluminense. Rei do Beco é o primeiro bandido a ser procurado pelas forças de segurança e pelo exército paramilitar.

Ele virou uma pedra no sapato porque os moradores da favela sofreram muito com a ação desse sujeito revela um miliciano de Anchieta Uma mulher foi estuprado e outra esquartejada no meio da favela.

Em dezembro, o sargento Adriano sobrenome não divulgado pelo Exército foi torturado e morto na Favela do Beco, em Anchieta, onde morava. A morte do militar mobilizou a Inteligência do Exército, que descobriu uma ligação do Rei do Beco com o Primeiro Comando da Capital (PCC), organização criminosa que atua em São Paulo e se tornou um dos principais financiadores do Comando Vermelho. A quadrilha do Rei do Beco assaltou e matou um auxiliar de enfermagem há um ano e três meses na comunidade do Himalaia, em Anchieta.

O pai da vítima, um senhor de 55 anos, desabafou:

Quero ver esse homem morto não só pelo que fez ao meu filho, mas por ser um terrorista nato, um homem do mal, capaz de qualquer coisa. Não vejo a hora das milícias cruzarem o caminho desse sujeito.

A Subsecretaria Estadual de Inteligência de Segurança Pública constatou que o Rei do Beco mantém contato com os traficantes do Jacarezinho, onde consegue drogas para revender em Anchieta e adjacências. Um dos maiores riscos, segundo um policial, é o bandido migrar para a Zona Sul devido à sua ligação com integrantes do bando de Erismar Rodrigues Moreira, o Bem-te-vi, morto em outubro de 2005, na Rocinha, depois de uma operação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes para capturá-lo.

O que ainda o afasta da Zona Sul são as amantes que ele têm na Favela do Beco e no Jacarezinho, caso contrário já teria migrado e, aí, a dor de cabeça seria muito maior.

Outros integrantes da quadrilha são procurados: Ubirajara de Souza Amaral Júnior, o Juninho, e mais outros quatro, conhecidos apenas pelos apelidos Carlão, Black, Mineiro e Mingau. O Serviço Reservado da PM revelou que Juninho, Carlão e Mineiro são apontados como os matadores do bando; Mingau, o informante; e Black, o armeiro. A quadrilha é acusada de matar um policial militar do 14º BPM (Bangu), em 2005, na Praça Granito, em Anchieta, onde hoje está instalado um trailer da Polícia Militar. Informações sobre o paradeiro dos acusados podem ser dadas ao disque-denúncia, 2253-1177.