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RIO - O envio da Força Nacional de Segurança Pública ao Rio de Janeiro deve ser definido em uma reunião entre esta terça e quarta-feira, disse o novo secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame.
- Nessa reunião vamos avaliar tecnicamente a utilização ou não do uso da Força Nacional de Segurança. A reunião acontece entre hoje à noite e amanhã - disse Beltrame a jornalistas, após ser empossado no cargo pelo governador Sérgio Cabral (PMDB).
O governador, que assumiu na segunda-feira, solicitou informalmente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva o envio da Força Nacional ao Estado para ajudar no combate ao crime organizado. O pedido formal deve ser feito até quarta, segundo sua assessoria.
Em Brasília, a assessoria de imprensa do Ministério da Justiça informou que o secretário Nacional de Segurança Pública, Luiz Fernando Corrêa, chega ao Rio já nesta terça, mas o encontro só deve ocorrer no dia seguinte.
A presença de homens da força no Estado estava prevista para o período dos Jogos Pan-Americanos, de 13 a 29 de julho. Mas depois da onda de violência deflagrada por facções criminosas no Rio no dia 28 de dezembro, cujos ataques a alvos policiais e civis deixaram 19 mortos, o governador decidiu pedir a antecipação da vinda da Força Nacional.
MISSÃO ESPECÍFICA
O novo secretário ponderou que é preciso fazer uma avaliação técnica e um planejamento sobre a presença da Força Nacional no Estado.
- Temos que ter uma missão específica para a Força Nacional de Segurança. Não podemos fazer movimentações sem planejamento... existem algumas diferenças que podem ser decisivas - afirmou Beltrame, ao ser questionado por que ainda não confirmava o envio das tropas.
Beltrame destacou que a Força Nacional não faz patrulhamento ostensivo e atua principalmente em operações táticas.
- Temos que fazer uma avaliação da situação. Não vamos fazer policiais táticos fazer operações ostensivas.
A Força Nacional de Segurança foi criada em 2004 e atualmente conta com mais de 7 mil policiais militares e bombeiros preparados para atuar. As tropas já foram convocadas três vezes, duas para combater incêndios a ônibus no Espírito Santo e uma para ajudar a controlar rebeliões em presídios de Mato Grosso do Sul.
Cerca de 600 desses policiais receberam treinamento especial do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar do Rio e passaram por ambientação em favelas cariocas.
POLICIAMENTO REFORÇADO
O secretário já anunciou algumas medidas para reforçar o policiamento no Rio. Policiais Civis e Militares que estavam emprestados a outros órgãos do Estado estão sendo reconvocados para voltar a batalhões e delegacias. Com essa medida, o efetivo aumentaria em no mínimo mil homens.
Para o novo comandante da Polícia Militar, Ubiratan de Oliveira ngelo, isso seria um aumento significativo.
Além disso, o novo secretário determinou um reforço no policiamento nas ruas e vias expressas do Rio de Janeiro e estuda uma proposta que seria executada em parceria com a prefeitura de pagar um abono salarial a policiais que queiram trabalhar em dia de folga.
- Até semana que vem, vamos apresentar esse entendimento que seria um incremento de R$ 700 que a prefeitura estaria disposta a colaborar - disse.
O governador reiterou nesta terça que a segurança pública será prioridade em seu governo.
- Segurança pública é tudo para o desenvolvimento econômico, saúde e educação... não tenho dúvida que vamos encarar um desafio de mãos dadas com instituições federais, municipais e sociedade civil para oferecer à população mais tranquilidade - afirmou.