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Paraná Pesquisas: Witzel aumenta vantagem

Distância do candidato do PSC em relação a Eduardo Paes salta para 35,6 pontos percentuais

Wilton Junior/AE/9-10-2018 -
Witzel não viu conflito de interesses em participar de evento que ficou conhecido como "farra dos juízes", em um resort na Bahia
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A distância entre os candidatos ao governo do Rio Wilson Witzel (PSC) e Eduardo Paes (DEM) aumentou 13,8 pontos percentuais desde o resultado do primeiro turno, de acordo com levantamento divulgado ontem pelo Instituto Paraná. A pesquisa, realizada entre os dias 14 e 16 de outubro, ouvindo 1.860 eleitores, detectou que o candidato do PSC abre, agora, uma diferença de 35,6 pontos percentuais em relação a seu adversário do DEM; enquanto no primeiro turno essa vantagem era de 21,72 pontos: Witzel venceu com 3.154.771 votos (41,28% do total válido), contra 1.494.831 votos do ex-prefeito do Rio.

Segundo a pesquisa atual, Witzel recebeu 67,8% dos votos válidos – descontando brancos, nulos e indecisos – dos eleitores ouvidos em 44 municípios do estado. Já Eduardo Paes somou 32,2% da preferência dos entrevistados. A margem de erro é de 2,5% para mais ou para menos e o nível de confiança dos dados é de 95%.

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Witzel não viu conflito de interesses em participar de evento que ficou conhecido como "farra dos juízes", em um resort na Bahia (Foto: Wilton Junior/AE/9-10-2018)

Witzel também sai em vantagem quanto ao potencial eleitoral. Do total, 50,3% dos eleitores disseram que votariam com certeza no candidato do PSC, enquanto Paes recebeu apenas 21,0%. Quando a opção é “não votaria nele de jeito nenhum”, Witzel somou 27,2% de rejeição contra 56,4% de Eduardo Paes, que até o primeiro turno era considerado o favorito na eleição.

Sabatina

Em entrevista realizada, ontem, pelo RJTV - 2ª edição, exibida pela Rede Globo, o candidato Wilson Witzel foi questionado sobre um encontro que organizou, em 2010, quando era diretor de esportes da Associação dos Juízes Federais do Brasil. Realizado em um resort de luxo em Comandatuba, no sul da Bahia, e patrocinado por estatais, o evento ficou conhecido como “farra dos juízes”.

“Não vislumbro conflilto de interesses”, afirmou ele sobre o episódio que foi criticado por parte da magistratura. Ele negou que tenha ensinado truques para colegas juízes para conseguir obter um tipo específico de gratificação.

Em um vídeo feito durante uma palestra a juízes do Trabalho, Witzel aparece explicando que, para conseguir ter a “gratificação de acúmulo” é preciso afastar o juiz substituto da vara por 15 dias.

“Não sou eu quem faço essa engenharia, é a Corregedoria. Quando falo ‘ficar afastado por 15 dias’, o juiz substituto vai para outra vara e trabalha em dobro. Isso é para cobrir vagas nas varas, não tem truque. Isso é fundamental para a economia do próprio tribunal”, explicou.

Questionado como resolveria a dívida do estado, Witzel disse que fará um alongamento da dívida para pagar de “forma flexível”.

Na segurança, pregou a extinção da secretaria da área. Em um eventual governo seu, os chefes das polícias Militar e Civil terão status de secretários.

O ex-juiz federal foi questionado, também, por ter recebido auxílio-moradia mesmo tendo imóvel próprio no Rio, ao mesmo tempo em que prega, como candidato, o fim de privilégios. Witzel se defendeu dizendo que “todos (os magistrados) recebiam” o benefício. Ele também teve que se explicar sobre não ter declarado à Justiça Eleitoral que é sócio de duas empresas. “Foi um mero esquecimento”, disse, alegando que as companhias estão inativas. “Isso daí é absolutamente irrelevante”, afirmou. As empresas, no entanto. constam como ativas no site da Receita Federal.