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Incêndio na boate Kiss iniciou tragédias do ano

Atentado em Boston marcou 2013, que ainda traria desastres naturais e guerras

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O ano de 2013 começou com o 2º incêndio mais mortal da história do país. Na madrugada do dia 27 de janeiro, o Brasil assistiu à tragédia na Boate Kiss, em Santa Maria (RS). A noite era de festa universitária, mas ao final foram 242 mortos. O acidente começou com o show pirotécnico da banda Gurizada Fandangueira, quando o fogo entrou em contato com a espuma altamente inflamável do teto da casa noturna.

Como o local só possuía uma saída, os jovens tiveram dificuldade para deixar o local e muitos acabaram pisoteados. A maioria morreu por intoxicação respiratória. A inalação do gás tóxico cianeto foi um desafio para os médicos salvarem os sobreviventes. A medicação não existia no Brasil e foi trazida dos Estados Unidos pelo Ministério da Saúde.

A Polícia Civil indiciou 16 pessoas e 12 foram responsabilizadas pelas mortes. No entanto, em maio, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) soltou, por decisão unânime, os sócios da Boate Kiss e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, presos pelo desastre.

As já esperadas chuvas do início do ano deixaram o estado do Rio de Janeiro em alerta. Xerém, no município de Duque de Caxias, foi a área mais afetada pelos temporais do dia 3 de janeiro. O desastre deixou três mortos e 350 famílias desabrigadas.

Um dos momentos mais marcantes da tragédia aconteceu quando Zeca Pagodinho percorreu as ruas de Xerém ajudando as vítimas. O cantor mora há quase 20 anos no bairro e possui uma casa e um sítio no local. Segundo ele, sua casa não sofreu danos, mas alguns de seus animais, como dois cabritos e três coelhos, morreram. A prefeitura de Duque de Caxias entregou, após sete meses do temporal, as chaves de um condomínio para 100 famílias desabrigadas.

Filipinas também sofreu com tufão Haiyan

Tragédias sem culpados também ilustraram o ano que termina. Os desastres naturais vêm com força descomunal, como o tufão Haiyan, que atingiu as Filipinas no dia 8 de novembro. Considerado o segundo desastre mais fatal do arquipélago, o tufão possuía ventos de até 315 km/h e matou mais de 5,6 mil pessoas, deixando 26 mil feridas e 1,7 mil desaparecidas.

Muitos compararam o efeito do tufão ao de uma bomba atômica, que afetou, no total, em torno de 10 milhões de filipinos. Os danos causados pelo Haiyan chegam a US$ 700 milhões. Após um mês da tragédia, o local permanece em ruínas e estima-se que a recuperação total deva levar até 10 anos.

Terrorismo em Boston (EUA) deixa três mortos

Atos de terrorismo marcaram o quarto mês do ano. Em abril, o atentado à Maratona de Boston surpreendeu as 27 mil pessoas que participavam da corrida. Os dois suspeitos apontados pelo FBI são irmãos chechenos. Dzhokhar, de 19 anos, e Tamerlan Tsarnaev, de 26, que acabou morto durante tiroteio com policiais quatro dias após o ataque.

Dzhokhar foi levado primeiramente ao hospital e depois preso. Se condenado, poderá enfrentar a pena de morte. Eles detonaram duas bombas caseiras pouco antes da linha de chegada da prova. Três pessoas morreram, entre elas uma criança de oito anos, e 282 ficaram feridas.

Já o conflito da Síria, que começou em 15 de março de 2011, se desdobra até hoje. Na época, impulsionados pela onda de protestos que tomou o Oriente Médio, conhecida como Primavera Árabe, sírios foram às ruas contra o ditador Bashar al-Assad. O presidente, que governa o país desde 2000, provocou cercos militares a manifestantes, além de ordenar repressões em massa.

Em julho de 2012, Herve Ladsous, chefe das forças de paz das Nações Unidas, afirmou oficialmente que o conflito na Síria havia se transformado em guerra civil. Um dos aspectos mais preocupantes do embate é o uso de armas químicas. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), elas já foram usadas cinco vezes no país. Em acordo entre os Estados Unidos e Rússia, a Síria afirmou que abrirá mão do controle de toxinas mortais. O conflito já matou, até agora, mais de 115 mil pessoas.

Em recente relatório do Alto Comissariado da ONU para Refugiados, a Síria aparece como o local que mais produziu deslocamentos no primeiro semestre de 2013. Segundo a pesquisa, 1,5 milhão de pessoas foram obrigadas a se refugiarem em países vizinhos por conta da guerra civil.

*Do programa de estágio do Jornal do Brasil