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Crítica: 'As batidas do samba'

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Integrante do Festival É tudo verdade do ano passado, As batidas do samba, de Bebeto Abrantes, estreia no circuito carioca como mais um filme ligado à história do samba. Neste caso, à evolução da batida desde o início do século XX. O filme retrata diversos fatores histórico-culturais que contribuíram para as transformações do estilo.

No documentário, os mestres no assunto Marçalzinho, Monarco e Wilson das Neves expressam opiniões, dividem histórias antigas e deixam toda a narrativa bem amarrada com a trilha sonora. Apesar de poder investir mais no movimento, em vez de fotos ou imagens paradas, o filme apresenta uma boa edição de imagem e som que consegue envolver o espectador.

O processo de introdução dos instrumentos é detalhadamente explicado e todas as peculiaridades que o ritmo foi ganhando ao longo dos anos. À medida que ajuda a traçar a história do samba, Monarco relata momentos de sua vida. Em dado momento, abre o apartamento onde guarda dezenas de instrumentos de percussão e se lembra do pai. "Ele me dizia: 'Não sei pra que tanto instrumento se com uma cuíca e um tamborim eu criei vocês'". 

O bem-humorado Wilson das Neves dá algumas aulas no filme. Explica a batida de cada escola de samba e fala um pouco do papel da bateria. "Se a bateria para, cadê a escola? Você pode ter 500 carros alegóricos, milhões de Adrianes Galisteu na frente, não resolve nada se a bateria parar". E também cabe a ele definir o sentimento de quem vive de samba "Perguntam por que vocês riem e eu digo: se você não entendeu, não vai entender nunca. É difícil de explicar". Mas vai valer a tentativa.

Cotação: ** (Bom)

>> Locais em que o filme está em exibição entre 17 e 23 de fevereiro 

Zona Sul: Cine Joia: 20h. 

>> Programação de Cinema completa de 17 a 23 de fevereiro