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Série de Concertos 'Eternos Modernos' no CCBB - janeiro a maio de 2012

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No dia 10 de janeiro inicia, no Teatro II do Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, a série de concertos Eternos Modernos, idealizado pelo músico e escritor Antonio Augusto, que acaba de lançar o livro “A Questão Cavalier - Música e Sociedade no Império e na República (1846 – 1914)”, pela editora Folha Seca.

O evento lança um olhar sobre a busca da modernidade em diferentes temporalidades da produção da música de concerto no Brasil. Do percurso da modernidade como sinônimo de civilização no século XIX e início do XX, ao conceito de ruptura estabelecido com os processos de experimentação que marcaram a pós semana de arte, até o estabelecimento da meta-linguagem e da transversalidade que marcam a produção atual.

Ao trazer este diálogo entre memória e tempo presente, o evento Eternos Modernos agrega ao imaginário carioca, nesta temporada de 2012, a busca da liberdade de experimentações que deságuam em novas práticas.

Entre os convidados, importantes nomes do cenário musical brasileiro, como o regente Antonio Augusto, o Trio Velasquez, o Quarteto Radamés e, ainda, a participação especial de Paulo Sérgio Santos. Sempre em dois horários, às 12h30 e às 19h, os concertos, seis no total, acontecem na segunda terça-feira de cada mês, até maio. Com exceção dos meses de janeiro, que terão dois dias de apresentações, já que não teremos concertos em fevereiro.

“Somos agora eternos em um presente moderno e modernos pela eternidade de nosso presente... Fomos e somos eternos modernos? O tempo que não cala nos dirá em boa música e na boa hora...”.  Antonio Augusto (idealizador e diretor artístico do evento)

PROGRAMAÇÃO:

10 de janeiro

Modernidade e civilização

Banda Anacleto de Medeiros

Andréa Ernest Dias (Flauta e Flautim); Marcos Passos (Clarinete, Clarone e Requinta); Fernando Silveira (Clarinete e Sax Alto); Elias Borges (Clarinete e Sax Tenor); Gilberto Pereira (Sax Barítono); Jessé Sadoc (Trompete); Wellington Moura (Trompete); Josué Soares da Silva (Trompa); João Luiz Areias (Trombone); Eliezer Rodrigues (Tuba); Oscar Bolão (Percussão).

Regente: Antonio Augusto

Este concerto privilegia obras compostas no final do século XIX e inicio do século XX e o que trazem em sua temática; opções formais a utilização do material popular urbano tratado de acordo com os princípios estéticos das escolas européias de composição. Desta forma, raridades como a obra Hilaridade, de Henrique Gurjão, composta no decênio de 1890, e que emprega vários compassos de gargalhadas, o que causou enorme furor em suas primeiras performances; o Samba, de Alexandre Levy, primeira peça de concerto a utilizar esse tema, poderão ser apreciados ao lado de composições de Meneleu Campos, Henrique Alves de Mesquita e Chiquinha Gonzaga.

31 de janeiro

Modernidade e a República

Trio Velasquez - Oksana Dragos, violino; Sergio Schreiber, violoncelo; Terão Chebl, piano

O trio apresentará dois importantes compositores que marcaram o período da consolidação da república, com estilos contrastantes, mas de certa maneira complementares: Francisco Braga, compositor carioca que realiza em suas obras uma síntese das modernas correntes musicais européias, algumas reveladas na influência de seu professor Jules Émile Massenet, em Paris. Entre elas, destaca-se a utilização de recursos típicos do verismo de algumas óperas italianas e, em alguns exemplos, a utilização dos recursos contrapontísticos de Wagner. Glauco Velasquez, o outro compositor a ser visitado, iniciou, em 1902, seus estudos de composição no Instituto Nacional de Música, e talvez seja o compositor brasileiro mais comumente qualificado moderno. Ao tentar rotular sua obra alguns críticos viram nela pontos vinculantes ao expressionismo e mesmo tendências ao atonalismo. O mérito de seu trabalho foi reconhecido, ainda em vida, por Luciano Gallet, Xavier Leroux, Darius Milhaud e muitos outros músicos ligados às vanguardas. O conjunto de sua obra é, cada vez mais, objeto de interesse por parte de pesquisadores e executantes contemporâneos.

13 de março

Modernidade e ruptura

Quarteto Radamés Gnattali - Carla Rincón, violino I; Francisco Roa, violino II; Fernando Thebaldi, viola; Hugo Pilger, violoncelo

O terceiro concerto visita à obra de dois compositores distintos, Paulino Chaves, compositor formado em Leipzig, na Alemanha, onde foi aluno de Robert Teichmueller (piano); Salomon Jadassohn (harmonia, contraponto e fuga) e Paul Quasdorf. Este Quarteto, composto em 1915, ilustra a influência de vários compositores europeus. E os conhecimentos adquiridos com o maestro húngaro Arthur Nikish, considerado um dos maiores intérpretes da música de Bruckner e Tchaikovsky.

Os quartetos de cordas de Villa Lobos são considerados como obras de referência na prática de música de câmara, no Brasil. Com seu inconfundível talento Villa Lobos se apropria desta formação tradicional da música européia para criar uma linguagem única e arrojada, que é, em nossos dias, abordada com um olhar mais apurado, ampliando seus limites de caráter nacionalista, tornando-se obras presentes no repertório dos melhores quartetos do mundo inteiro.

10 de abril

Modernidade e experimentação

Sexteto Rio - Eduardo Monteiro, flauta; Victor Astorga, oboé; Marcio Costa, clarineta; Antonio Augusto, trompa; Ariane Petri, fagote; Flávio Augusto, piano.

O quarto concerto é dedicado à produção pós-semana de arte, incluindo obras de Francisco Mignone e Radamés Gnatalli. Mesmo assim, a presença do ideário deste movimento continuava emanar sua presença. Ao voltar da Europa, em 1929,Mignone retoma contato com Mário de Andrade, cuja influência foi decisiva no sentido de adoção do nacionalismo musical, muito embora o compositor já houvesse criado obras de acentuado caráter nacional e as composições assinadas sob o pseudônimo de Chico Bororó. Radamés Gnattali é uma das mais importantes figuras da história da música brasileira ou “o pai musical de todos nós”, citando Tom Jobim. De Ernesto Nazareth, passando por Tom Jobim e aportando na mais nova geração de músicos, Radamés tem presença fundamental. Sua obra, diversificada e gigante, construída em 60 anos de carreira, é aqui exemplificada com a “Sonatina a Seis” e demonstra toda a perspectiva

08 de maio

Modernidade e independência

Grupo Música Nova - Marcos dos Passos, clarineta; João Luiz Areias, trombone; Alexandre Brasil, contrabaixo; João Vidal, piano; Marisa Rezende; direção.

Neste quinto concerto, serão executadas peças de jovens compositores brasileiros como Caio Senna, Roberto Victorio, Marcos Nogueira, Marcus Ferrer, e da grande dama da composição brasileira, Marisa Rezende, que dirige o Grupo Música Nova. Serão destacadas obras que representam o universo atual da prática composicional em nosso país. Abordagens, métodos e opções técnicas e estéticas diferenciadas poderão ser apreciados neste concerto a ser realizado por um dos mais importantes grupos da música instrumental contemporânea.

29 de maio

A pós-modernidade

Quarteto Uirapuru - Fernando Pereira, violino; Dhyan Toffolo, violino; Diemerson Pereira, viola; Claudia Grosso, violoncelo.

Participação especial: Paulo Sérgio Santos, clarinete

Neste concerto o Quarteto Uirapuru irá apresentar duas obras estreadas no ano de 2010: “Revisitando”, de H. D. Korenchendler e “Quarteto nº 4 Trópico de Capricórnio”, de Ricardo Tacuchian. O destaque fica por conta da estréia da obra composta por Paulo Sérgio Santos especialmente para o projeto Eternos Modernos, trazendo para os nossos tempos uma prática usual dos tempos passados: a atuação do artista como criador e intérprete de sua própria obra.  Nada mais moderno, nada mais tradicional para encerrar este percurso que abrange música, modernidade e identidades.            

SERVIÇO:

Local: Centro Cultural Banco Brasil – Teatro II (Rua Primeiro de Março, 66 – Centro. Tel.: 3808-2020)

Bilheteria: Terça a domingo, das 09h às 21h

Horários: 12h30e19h

Ingresso: R$6,00

Classificação: Livre

Temporada: Janeiro a Maio