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Paralimpíada do Rio é encerrada com "cerimônia musical" no Maracanã

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Com uma festa com menos protocolar, mais musical e informal, os Jogos Paralímpicos foram encerrados hoje (18) à noite no Maracanã. O tom foi de despedida dos Jogos Rio 2016, iniciado pela Olimpíada e finalizado com a Paralimpíada. A impressão foi de uma festa preparada para agradar público e atletas, com simplicidade e objetividade.

O público compareceu em peso e viu um grande show musical, que começou com heavy metal, passou pelo maracatu da Nação Zumbi, MPB, chegando ao funk carioca e ao axé. Os números musicais foram intercalados pelas partes protocolares, como entrega da bandeira do Comitê Paralímpico Internacional (IPC) a Tóquio e os discursos das autoridades.

A exemplo da cerimônia de abertura dos jogos, a chuva marcou presença e espantou muitos atletas, que assistiam às apresentações musicais e se escondiam nos acessos ao gramado. Mesmo com chuva, um grupo de vários países continuou firme e assistiu a todas as apresentações na frente do palco.

No fim, a chama paralímpica foi apagada simbolicamente por 300 cataventos, ao som de A Paz, de Gilberto Gil, cantada por Ivete Sangalo. A chama se apagou, colocando um ponto final em uma celebração única da vida e do esporte em solo brasileiro. Foram 12 dias que mostraram novos esportes ao brasileiro e, sobretudo, mostrou os brasileiros ao mundo. Agora, a chama só será acesa em Tóquio, em 2020.

Craven homenageia brasileiros

O presidente do IPC, Philip Craven, agradeceu aos brasileiros – em especial aos cariocas – por abraçarem os Jogos Paralímpicos. Em seu discurso, entregou a Ordem Paralímpica ao povo do Rio de do Brasil.

“Nos jogos, tivemos muitos ouros. Tenho uma última medalha para entregar. O Comitê Executivo do IPC decidiu unanimemente que entregará amanhã ao povo do Rio e do Brasil a Ordem Paralímpica, a mais alta honra que uma pessoa ou grupo de pessoas pode receber, pelo seu incrível apoio aos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Muito obrigado, cariocas.”

O presidente do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, também elogiou o povo brasileiro. “O povo brasileiro mostrou responsabilidade, coragem, garra e muita determinação. Brasileiros nunca desistem. Mostramos também nossa criatividade e talento. Contagiamos a todos com a paixão de vocês. A maior torcida do planeta é carioca”.

O tom do discurso de Nuzman foi de dever cumprido após uma longa jornada, de “20 anos de construção desse momento”.

Homenagens a ciclista iraniano

Nuzman e Craven também prestaram homenagens ao ciclista iraniano Bahman Golbarnezhad, que morreu ontem (17), após um grave acidente durante a prova de ciclismo de estrada C4-5.

“A morte de Golbarnezhad afetou a todos nós e deixou todo o movimento paralímpico de luto”, disse Craven. “Quero mandar uma mensagem aos atletas do Irã e à família do ciclista, que faleceu na prova de ciclismo ontem. Nossas orações estão com vocês. Sentimos muito a sua perda”, completou Nuzman.

Música para todos os gostos

A cerimônia – com ares de festival de música – recebeu os guitarristas Andreas Kisser, Armandinho e Johnatha Bastos. Os três fizeram uma série de performances misturando heavy metal e frevo. Johnatha chamou atenção por ser um exímio guitarrista, tocando o instrumento com os pés, uma vez que nasceu sem os braços. Foi um dos atos de abertura da festa.

Após a execução do Hino Nacional e a entrada das bandeiras dos países participantes, a música voltou ao protagonismo. A Nação Zumbi tocando Maracatu Atômico, Quando a Maré Encher e Praiera. Em seguida, Vanessa da Mata entrou cantando Conto de Areia, canção imortalizada por Clara Nunes.

Ela ainda cantou duas músicas de sua autoria, Por onde ando tenho você e Ai ai ai. Durante a apresentação de Vanessa da Mata, vários atletas da delegação brasileira começaram a correr, fazendo “trenzinho” por entre as cadeiras e ao redor do campo. Vários atletas de outras delegações se juntaram à festa, animando o público nas arquibancadas.

Após a homenagem aos voluntários e a entrega do prêmio Whang Youn Dai, dado àqueles que melhor representam o espírito paralímpico, o cantor baiano Saulo cantou One love, escrita por Bob Marley. Saulo voltaria depois para cantar Beija-Flor, famosa pelo grupo Timbalada na década de 90.

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, entregou a bandeira do Comitê Paralímpico Internacional (IPC) para o presidente da entidade, Philip Craven. Este, por sua vez, entregou à prefeita do Japão. Esse momento deu início ao segmento organizado pelo Comitê Tóquio 2020. Um dos destaques foi o dançarino Koichi Omae, que tem a perna esquerda amputada do joelho para baixo.

A festa chegou ao fim e após performances de Nego do Borel, Calum Scott e Gaby Amarantos, Ivete Sangalo encerrou a festa cantando Tempo de alegria. A festa terminou e o público ainda se negava a decretar o fim das Paralimpíadas. Cantou “Ôôô.. Alegria! Alegria!” enquanto os refletores eram acesos.