ASSINE
search button

Bolsonaro continua sem nome para vice

Compartilhar

O Partido Republicano Progressista (PRP) recusou-se ontem a indicar o nome do general da reserva Augusto Heleno Ribeiro Pereira para a vaga de vice na chapa encabeçada pelo deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) para a disputa à Presidência da República nas eleições de outubro. Na véspera, o ex-capitão do Exército, que aparece à frente nas pesquisas sem o ex-presidente Lula, havia indicado que anunciaria Heleno como seu vice. O general foi comandante militar da Amazônia e também chefiou a missão de paz no Haiti. Hoje, está na reserva. E pode concorrer ao Senado no Distrito Federal. 

Com a rejeição do PRP, Bolsonaro sofreu duas golpes em menos de uma semana. Na última quinta-feira, o senador Magno Malta (PR-ES) anunciou que decidiu concorrer a reeleição para o Senado, abrindo mão do convite para ser vice na chapa do deputado fluminense.  Seu partido, o PR, que é presidido pelo ex-deputado Valdemar Costa Neto, também voltou atrás na aliança que vinha sendo costurada há meses. Para espanto geral, Costa Neto deu uma guinada e passou a aventar a hipótese de apoiar até mesmo o PT. 

Sem o PR e agora o PRP, o candidato do PSL terá de refazer seus planos, a poucos dias da convenção do partido, marcada para o próximo domingo, dia 29. A margem para a formação de aliança se estreita e Bolsonaro, segundo os comentários, poderá se ver obrigado a optar por uma chapa puro-sangue com um nome do próprio PSL na vice. Quatro nomes estão em discussão nos bastidores da legenda. Uma das saídas em cogitação para a vaga de vice, segundo apurou a Agência Estado, seria a indicação da advogada Janaína Paschoal, filiada ao mesmo partido de Bolsonaro. Ela foi uma das autoras do pedido do impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff , fez discursos destemperados durante o processo  e estava cotada para disputar o governo paulista ou uma vaga na Câmara dos Deputados. Talvez de partir para empreitada mais ambiciosa.

“O partido dele (general Heleno) não quis aliança alegando compromissos regionais Usaram um argumento Tim Maia: do tipo, ‘me dê motivo’”, disse o deputado major Olímpio, presidente do PSL-SP e integrante da cúpula nacional da pré-campanha de Bolsonaro. 

Sobre os motivos, o major Olimpo usou uma frase dita pelo ex-presidente Jânio Quadros quando renunciou à Presidência em agosto de 1961: “Jânio chamava isso nos anos 60 de forças ocultas”. Ele afirmou, ainda, que o PRP não interessava: “Nós queríamos a figura dele (do general). O PRP é indiferente para nós”, disse. Sabe-se, porém, que Jair Bolsonaro contava com as alianças na expectativa de aumentar o tempo que terá na propaganda de rádio e TV.  A ficar com está, sua exposição será exígua, de apenas 8 segundos. 

A escolha de um vice, portanto, tornou-se grande problema para Jair Bolsonaro. Seu favorito para a vaga era o senador Magno Malta, do qual ele chegou se declarar ‘noivo’.  Com o PR, ele teria quase um minuto. Mas, além da recusa de Malta, o PSL e o PR não chegaram a acordo nas alianças regionais. As conversas estão encerradas.