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Meirelles minimiza divergências no MDB e crise em Minas

Ex-presidente do Banco Central (BC) e ex-ministro da Fazenda confia em crescimento após convenção

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Apesar das incertezas internas no MDB, e sem o apoio de alguns dos principais caciques do partido, como o presidente do Senado, Eunício Oliveira (CE), e os senadores Renan Calheiros (AL) e Roberto Requião (PR), o ex-presidente do Banco Central (BC) e ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles afirmou ontem que sua candidatura vai muito bem e deve ser consagrada na convenção do partido, no próximo dia 2 de agosto, três dias antes do fim do prazo oficial estabelecido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

Ao participar de almoço com empresários promovido pelo Grupo Lide no hotel Copacabana Palace, no Rio, o pré-candidato do MDB ao Planalto disse que confia, sobretudo, na estrutura do MDB em todo o país que, na opinião dele, trabalhará em favor de sua candidatura assim que ela for confirmada na convenção. A mesma estrutura também deve, segundo ele, atrair alianças que já estão sendo negociadas com outras legendas. “Quando minha candidatura for definida na convenção, tenho certeza de que vão crescer o apoio interno no MDB e as alianças com outros partidos”.

Em resposta a uma pergunta sobre a crise no diretório mineiro da legenda, dissolvido na segunda-feira por deputados federais e estaduais de Minas Gerais, com o aval do presidente do partido, Romero Jucá, Meirelles mostrou otimismo, e acha que isso não deve atrapalhar a escolha de seu nome na convenção. “O importante é que teremos o apoio dos parlamentares de Minas que mantêm o voto na convenção nacional”, afirmou. Segundo o pré-candidato do MDB, a vitória já está garantida na convenção do partido “com mais de 450 votos”, independentemente da questão de Minas.

A dissolução da Executiva Estadual do MDB em Minas abriu espaço para uma aliança com o PT no estado, com a retirada de Antônio Andrade, vice-governador e pré-candidato ao governo do estado, do comando do MDB mineiro A manobra abriu caminho para os emedebistas desistirem de uma candidatura própria a governador, o que em Minas beneficia o governador Fernando Pimentel (PT), candidato a reeleição, e, nacionalmente, prejudica os planos de Henrique Meirelles, de ter um palanque próprio no estado. 

Apesar das declarações contrárias à sua candidatura de Renan, Eunício e Requião, entre outros líderes emedebistas, Meirelles disse que não há divergências no MDB. Para ele, “o que existe é apoio à sua candidatura”. O ex-ministro acredita ainda que seu desempenho nas pesquisas vai melhorar na medida em que ele se tornar mais conhecido do eleitor. Para isso, Meirelles conta com o horário eleitoral e com o tempo do MDB na TV, que, aliás, deve ser um dos maiores entre todas as candidatura, graças ao tamanho das bancadas do partido na Câmara e no Senado. 

Ex-presidente do Banco de Boston, Meirelles não deixa de citar sua participação na gestão de Lula, como presidente do BC. Ele lembrou seu desempenho à frente do Banco Central no governo do petista, quando milhões de pessoas, segundo ele, ascenderam socialmente.