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De olho nas dissidências, Dias diz que não vai desistir da candidatura ao Planalto

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O ex-senador Alvaro Dias (Podemos) afirmou em evento ontem, na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), que não vai desistir da candidatura ao Planalto. Ele não descarta o apoio de tucanos e busca a adesão de partidos de centro para ganhar força na disputa de outubro. “Não há hipótese de recuo. Eu estou nessa campanha para cumprir uma missão, que é combater esse sistema e propor um rompimento. Terei apoio de muitos tucanos, mas institucionalmente isso é inviável, porque o PSDB se sente no dever de ter um candidato próprio. Será uma eleição de dissidências. Nos estados, principalmente, teremos muitas”, afirmou o pré-candidato. 

O ex-emedebista e tucano, que já foi deputado estadual, federal, e governador do Paraná, tem como lema a “refundação da república” e credita a atual crise ao sistema político “falho” e à “incompetência das autoridades”. Sem querer descartar qualquer apoio, Dias disse que pode ser considerado o candidato mais ao centro na disputa deste ano. “Não sei desenhar bem o que é centro, o que é direita, o que é esquerda, porque há uma esquizofrenia nesse debate. Devemos somar o que há de bom. Se isso é ser centro, então eu posso ser carimbado como candidato de centro”. 

Dias tenta se viabilizar como alternativa ao ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB). Ele quer um vice do DEM, PRB, Solidariedade, PR ou do PP – o chamado centrão. “O que há é a busca de alianças circunstanciais que favoreçam determinados projetos. Nós estamos aguardando. Temos conversado com o PRB, com o Pros e o DEM, por exemplo. Precisamos ampliar o nosso espaço de TV para ter oportunidade de mostrar a nossa proposta para o país. Mas não tem nada definido”. 

A especulação mais forte, entretanto, envolve o nome do empresário Flávio Rocha, que na sexta-feira desistiu de sua pré-candidatura pelo PRB, como possível vice na chapa de Dias. No DEM, Rodrigo Maia – que também é sondado por Dias –, deve abrir mão da disputa para se reeleger presidente da Câmara. O Democratas, no entanto, tem dado preferência ao PSDB. 

O desafio dos partidos do centrão é definir apoio a um nome para outubro, entre eles Alckmin e o ex-ministro e pré-candidato do MDB, Henrique Meirelles, que detêm maior tempo de TV e rádio. 

Defensor da Operação Lava Jato – de berço paranaense – e do juiz Sérgio Moro, Dias também afirmou que a corrupção no país é “histórica”. “Não se pode exagerar em relação aos últimos governantes afirmando que eles é que são os criadores da corrupção. É evidente que nós sustentamos esse sistema há mais tempo. Ocorre que houve um aprofundamento, mas esse conluio partidário existia antes”. 

“Não há autoridade se impondo”, disse Meirelles, ao se referir ao desembargador Rogério Favreto do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região, que mandou soltar Lula em seu plantão de fim de semana. Com relação ao Rio de Janeiro, Dias acredita na vitória do ex-senador Romário (Podemos) para governo do estado. O atual vice-governador Francisco Dornelles (PP) não ficou de fora da mesa de negociações.