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Veja quais são os economistas que assessoram os pré-candidatos à Presidência

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Na corrida para a Presidência da República, os pré-candidatos se esforçam para atrair quadros qualificados que reforcem suas equipes. Com o país atravessando forte crise, a pauta econômica será um dos temas centrais dos debates entre os presidenciáveis e eles, desde já, investem em nomes fortes e conhecidos na área. 

Uma das cabeças coroadas anunciadas nos últimos dias foi a do economista Pedro Malan, um dos arquitetos do Plano Real e ex-ministro da Fazenda durante os dois mandatos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Malan decidiu assessorar, de maneira informal, Alvaro Dias, o pré-candidato pelo Podemos. Por sua sugestão, o senador vai contratar o economista Everardo Maciel – que foi secretário da Receita Federal durante o governo de FHC. Álvaro adotou um tom de cautela em relação às propostas de privatização de empresas estatais, como Petrobras e Eletrobras. Ele disse que não se pode vender empresas “na bacia das almas”. 

O presidenciável, por sinal, faz acenos à pré-candidata pela Rede, Marina Silva, que está em terceiro lugar nas pesquisas. Já Marina anunciou André Lara Resende e Eduardo Giannetti como nomes fortes entre seus conselheiros. Lara Resende arquitetou, ao lado de Pérsio Arida, o Plano Arida-Resende, que serviu de base para o Plano Real, A ex-ministra declarou que o projeto de seu governo é manter o tripé que sustentou o Plano Real. “É isso que funciona e que, infelizmente, foi abandonado no governo Dilma-Temer”, disse. Os economistas escolhidos por Marina apontam como pautas urgentes, pela ordem, a reforma política e a crise fiscal do país. 

Pérsio Arida também foi lembrado por outro pré-candidato. O economista faz parte do conselho de Geraldo Alckmin, do PSDB, junto com os tucanos históricos Luiz Carlos Mendonça de Barros e Edmar Bacha. Ele presidiu o BNDES, o Banco Central e, com o economista Paulo Guedes, foi um dos fundadores do Banco Pactual. Guedes, por sua vez, é opção do pré-candidato pelo PSC, Jair Bolsonaro, e tem defendido a privatização das estatais brasileiras, a reforma tributária e a reforma da Previdência – na contramão dos discursos nacionalistas do militar da reserva.

Um dos associados do Instituto Millenium, o economista Gustavo Franco é o nome que ocupa a assessoria econômica do pré-candidato pelo Partido Novo, João Amoêdo. Franco, filiado ao PSDB por 28 anos, também é conhecido por ter integrado a equipe do Plano Real e foi presidente do Banco Central. O economista defende reformas previdenciária e trabalhista “mais ambiciosas”, a abertura maior do país para o capital estrangeiro e a redução da dívida pública. “Privatizar é bom e faz bem à saúde. Não é difícil fazer, só é preciso escolher o melhor modelo”, declarou o economista, que defende a privatização da Eletrobras, Petrobras e do Banco do Brasil. 

Em oposição às ideias liberais, colocam-se Mangabeira Unger, ex-ministro do governo Lula; e o secretário de Fazenda do Ceará, Mauro Benevides Filho, que compõem o time do pré-candidato pelo PDT, Ciro Gomes. Benevides Filho descarta a privatização da Petrobras e da Eletrobras,. Mas admite que a privatização é “uma ferramenta para ampliar a estrutura de produção do país”. Mangabeira é crítico dos governos Dilma-Temer e tem, entre suas prioridades, “a reindustrialização do Brasil e a abordagem dos brasileiros como agentes a equipar, não como beneficiários a cooptar”, Segundo o professor de Harvard, é preciso “empoderá-los”. Embora tenha experiência na área econômica, o ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, pré-candidato pelo MDB do presidente Michel Temer, também recorreu a terceiros e escolheu o economista José Márcio Camargo para coordenar seu programa.

NA LINHA DE FRENTE

Pedro Malan

 Assessora, informalmente, o pré-candidato Álvaro Dias (Pode). É doutor em economia pela Universidade de Berkeley. No governo de Fernando Collor, atuou na reestruturação da dívida externa, redução da dívida pública e pela condução da privatização e abertura comercial. Foi um dos arquitetos do Plano Real, ministro da Fazenda durante os dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso. Presidente do Banco Central e do conselho administrativo do Unibanco. 

 André Lara Resende 

Nome de Marina Silva (Rede), é PhD em Economia pelo Massachusetts Institute of Technology, trabalhou no Banco de Investimentos Garantia, no Unibanco e fundou o Banco Matrix. Participou da elaboração do Plano Cruzado e do Plano Real. Foi diretor do Banco Central, presidente do BNDES, negociador chefe da dívida externa e assessor especial da Presidência. a convite de FHC.

Pérsio Arida 

PhD em Economia pelo Massachusetts Institute of Technology, faz parte do conselho de Geraldo Alckmin (PSDB). Arquitetou o Plano Real, presidiu o BNDES e o Banco Central. Nos governos Itamar Franco e FHC, ajudou na política de privatizações, no modelo de austeridade nos gastos públicos e de juros elevados para conter a in? ação. Membro do conselho do Unibanco, fundou o Banco BTG Pactual.

Paulo Guedes 

Escolha de Jair Bolsonaro (PSC), é PhD pela Universidade de Chicago. Fundador do Instituto Millenium, do grupo ?nanceiro BR Investimentos – da Bozano Investimento – e do Banco Pactual, onde atuou como chefe executivo e chefe estrategista. Sua única atuação na política foi quando participou da elaboração do plano de governo do ex-ministro Guilherme A?f Domingos durante a campanha presidencial de 1989. 

 Mangabeira Unger 

Parte do time de Ciro Gomes (P`DT), é professor de Harvard, ?lósofo e teórico social. Foi ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República nos governos Lula e Dilma. Assessorou Leonel Brizola em suas duas tentativas de se eleger Presidente da República. Participou das campanhas presidenciais de Ciro Gomes em 1998 e 2002. Em 1999, disputou a prefeitura de SP.

 Gustavo Franco 

O pré-candidato João Amoêdo (Novo), optou pelo ex-presidente do BC, que é PhD pela Universidade de Harvard. Foi secretário-adjunto de política econômica do Ministério da Fazenda e diretor de Assuntos Internacionais de FHC. Arquitetou o Plano Real. Filiado ao PSDB por 28 anos, mudou-se para o Partido Novo em 2017, sendo presidente da Fundação Novo. É associado do Instituto Millenium.