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Oficial: Meirelles é pré-candidato do MDB à presidência

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O ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que não é unanimidade dentro do partido ao qual se filiou há pouco mais de um mês, foi oficializado ontem como o pré-candidato do MDB à Presidência da República. Ele desbancou o presidente Michel Temer, acuado que está pela rejeição popular e por ter seu nome envolvido nas investigações da Lava Jato. 

Coube ao próprio Temer a tarefa de anunciar a decisão do partido e sua consequente desistência de concorrer. “Devo lembrar que se fizemos tanto em dois anos, sete meses significa um terço ainda daquilo que nós produzimos. E se produzirmos um terço do que produzimos em dois anos, Meirelles, você vai pegar um país com tranquilidade absoluta”, disse Temer, dando a senha de que abriria mão da sua vontade pela do presidente do partido, senador Romero Jucá (RR), o maior entusiasta da candidatura do ex-ministro.

Em meio a problemas nacionais que vão da greve dos caminhoneiros pela alta dos combustíveis ao desemprego que não cede, o presidente Michel Temer apresentou Meirelles como a pessoa que o ajudou a “colocar a casa em ordem”. Ao introduzir o nome do ex-ministro, o presidente fez questão de dizer que saiu dele a ideia de convocar o representante do mercado financeiro para recuperar a economia. “Se dois anos atrás, quando o Brasil vivia uma crise sem precedentes, enfrentando a maior recessão da história eu dissesse que encontraria um nome capaz de me ajudar a colocar a casa em ordem e o país no rumo do crescimento, certamente diriam ‘Temer você é um sonhador’. Mais adiante, o presidente insinuou que foi dele a ideia de trazer Meirelles para o seu partido para fazer dele seu sucessor. “Se dois anos atrás eu dissesse que Henrique Meirelles viria para o MDB e estaria conosco hoje, aqui e agora, lançando o Encontro com o Futuro, com toda certeza diriam ‘Temer, conta outra’”.

Ele apontou Meirelles como “o melhor dos melhores, não só no MDB como em toda eleição”, numa indicação de que uma possível aliança de centro tem que ter o MDB na cabeça de chapa. “Queira Deus você seja o único candidato de centro do nosso país capaz de continuar o que nós começamos”, disse, dirigindo-se ao, agora, pré-candidato do Governo.

Um longo caminho o ex-ministro terá que trilhar até a convenção do MDB, em julho, para convencer veteranos do partido a acolher sua candidatura. Meirelles tem contra ele, por exemplo, representantes de do Nordeste, como os senadores Renan Calheiros (AL) e Eunício Oliveira (CE). Boa parte dos nordestinos advoga que o partido não deve lançar candidatos, para dar melhor mobilidade para a composição de alianças locais. Outros emedebistas, liderados por Renan, defendem o nome do veterano senador Roberto Requião (PR) para representar o partido na corrida eleitoral.

Mas há também a tese de que Meirelles seria capaz de financiar a sua própria campanha, fazendo sobrar uma grande fatia do fundo eleitoral para a disputa para os governos estaduais e deputados.

Sobre a aceitação entre os nordestinos, Meirelles afirmou, em entrevista após o evento, que o documento ‘Encontro com o Futuro’, apresentado ontem como base para o programa de governo do partido, traz um capítulo com propostas específicas para a região. “Certamente vamos conversar com os estados e vamos apresentar a nossa proposta. O Nordeste é uma prioridade para o MDB”, disse o ex-ministro.

Romero Jucá afirmou que já há uma negociação com as lideranças do partido em que as composições estaduais foram liberadas. “Não haverá nenhuma oposição. O MDB estará em palanques em que há mais de um candidato”, garantiu.