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Bolsonaro rebate críticas de Ciro Gomes

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Ao saber que o ex-ministro Ciro Gomes, pré-candidato do PDT à Presidência, considerou-o “despreparado” e autor de “soluções graves e toscas” para o Brasil, o deputado federal Jair Bolsonaro, pré-candidato ao mesmo cargo pelo PSL, questionou: “Alguém acredita no Ciro Gomes?”, E lembrou, em tom de crítica, que “Ciro falou que ia sequestrar o Lula até uma embaixada se a prisão fosse decretada, e não sequestrou”. 

Ciro Gomes, pela manhã, em São Paulo, disse também que Bolsonaro seria o candidato “menos difícil” de ser enfrentado no segundo turno. “É lógico que ele está desdenhando. Eu não tenho TV, fundo partidário, não tenho nada. Eu tenho o povo comigo e não tenho obsessão por poder. O que está acontecendo comigo aqui é uma missão de Deus”, respondeu o deputado em palestra realizada no início da tarde de ontem na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ). 

Diante de uma plateia de cerca de 300 empresários, Bolsonaro foi aplaudido ao defender a flexibilização das leis trabalhistas como forma de reduzir o desemprego. “Aos poucos a população vai entendendo que é melhor menos direitos e emprego do que todos os direitos e desemprego”, disse. 

Em uma análise sobre a conjuntura política e econômica brasileira, o deputado afirmou que pretende estimular o crescimento da economia por meio de privatizações “com critério” e de um processo de desburocratização que estimule investimentos. Mas desconversou quando questionado sobre especificidades de seu plano econômico, chamando pelo nome de seu “provável ministro da Fazenda”: “Pergunta para o Paulo Guedes ali, que é a pessoa ideal para responder isso”, justificou. 

Economista liberal e ex-banqueiro, Paulo Guedes já defendeu o deputado e disse que o mercado tem de mudar sua visão sobre o militar. Em mais de seis meses de “namoro heteramente [sic] falando”, como diz o deputado federal sobre sua relação com Guedes, Bolsonaro nega que esteja definido que o economista será seu ministro da Fazenda. “Os ministros da Fazenda e da Economia precisam ser um só, e ter porteira fechada. Tem que partir para privatização com critério, não botar tudo para o mercado”, disse o pré-candidato que é também considerado um “nacionalista”. Ao ser questionado sobre a privatização da Eletrobras, entretanto, desviou do assunto: “Temos que ver o modelo, a princípio, eu reagiria a ele”, respondeu negativamente. “O Brasil não pode ser um País que vai para um leilão”. 

“A economia é importante, mas tudo está interligado”, disse o deputado, introduzindo o tema mais comentado em suas entrevistas, a segurança pública. “Se não combater a violência, por exemplo, não haverá turismo no Brasil. E em alguns casos, se combate violência com ainda mais violência”, afirmou. 

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