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“É estranho a imprensa chegar antes da PF”, diz Jaques Wagner

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Alvo de mandado de busca e apreensão na Operação Cartão Vermelho, nesta segunda-feira (26), o ex-governador da Bahia e ex-ministro dos governos Lula e Dilma, Jaques Wagner, criticou a ação da Polícia Federal.

“Em tese a ação preparada pela PF deveria ser sigilosa, mas como tem acontecido há vazamentos e  a polícia chega depois do próprio órgão de imprensa”, criticou, acrescentando que o inquérito existe desde 2013 e que ele já havia sido chamado para prestar testemunho.

"A própria delegada afirma que eu fui e colaborei e de repente vem uma ação de busca e apreensão totalmente desnecessária. Infelizmente, estão desvirtuando e politizando essas ações numa tentativa clara de criminalizar e destruir as lideranças do PT”, lamentou o ex-governador.

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A delegada da Polícia Federal (PF) Luciana Matutino Caires, responsável pela Operação Cartão Vermelho, afirmou que o ex-governador da Bahia recebeu "boa parte" do valor desviado do superfaturamento do estádio Arena Fonte Nova, em Salvador. O petista teria levado R$ 82 milhões em propina e caixa 2, segundo a investigação.

“A Polícia Federal infelizmente está comprando uma versão de que houve superfaturamento. Mas há uma incompreensão da Polícia Federal e do Tribunal de Contas do Estado do que é uma PPP e uma obra pública.  Na PPP, não existe a figura do superfaturamento como está se insistindo. Nós contratamos a PPP para entregar o estádio e a gestão do estádio.”, explica Jaques Wagner. 

 O ex-governador também diz esperar que o processo de inquérito se encerre e estranha a ação de busca e apreensão, mesmo depois de ter sempre se colocado à disposição da Justiça.

O atual governador da Bahia, Rui Costa (PT), foi além e disse que a ação teve claras intenções midiáticas. “Quando a televisão chega antes nos locais que vai ter uma investigação fica claro que a operação tem um fim midiático e político-partidário”, criticou.

Rui Costa diz ainda que a prática tem se tornado bastante comum no Brasil. “É incompreensível em qualquer país desenvolvido a imprensa chegar antes da policia. É uma operação casada com a visão da propaganda negativa no ano eleitoral. E infelizmente o nosso país, dia a após dia,  só reafirma essa tendência de parcialidade de quem deveria ser imparcial no processo de investigação”, conclui.