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Brasil registrou 35 casos de febre amarela desde julho de 2017, diz Ministério da Saúde

Vinte vieram a óbito. Casos envolvem principalmente a região Sudeste

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O Ministério da Saúde divulgou, na tarde desta terça-feira (16), informações atualizadas, repassadas pelas secretarias estaduais de Saúde, sobre a situação da febre amarela no país. De julho de 2017 a 14 de janeiro deste ano foram confirmados 35 casos de febre amarela no país, sendo que 20 vieram a óbito. Ao todo, foram notificados 470 casos suspeitos, sendo que 145 permanecem em investigação e 290 foram descartados. Os informes de febre amarela seguem a sazonalidade da doença, que acontece em sua maioria no verão. Portanto, o período analisado desde então é de 1º de julho a 30 de junho.

A vacinação para febre amarela é oferecida na rotina dos municípios com recomendação de vacinação nos seguintes estados: Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Bahia, Maranhão, Piauí, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Todas as pessoas que vivem nesses locais devem tomar uma dose da vacina para estar protegido durante toda a vida, alerta o ministério.

De acordo com o órgão, desde o início de 2017 doses extras da vacina contra a febre amarela estão sendo enviadas aos estados que estão registrando casos suspeitos da doença. No total, ao longo de todo o ano de 2017, o Ministério da Saúde enviou aos estados 45 milhões de doses da vacina, tanto para a rotina de vacinação, como para o reforço nos estados afetados pelo surto. Somente para MG, RJ, SP, ES e BA foram distribuídas 36,3 milhões de doses. Neste ano de 2018, apenas no mês de janeiro, foram repassadas 8,8 milhões de doses da vacina aos estados de todo o país.

>> Febre amarela: mesmo após mortes, Rio não antecipará vacinação fracionada

É importante informar que a febre amarela é transmitida por meio de vetor (mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes no ambiente silvestre). O último caso de febre amarela urbana foi registrado no Brasil em 1942, e todos os casos confirmados desde então decorrem do ciclo silvestre de transmissão.

Áreas de recomendação - A Organização Mundial de Saúde (OMS) ampliou, nesta terça-feira (16), a orientação aos viajantes internacionais que vêm ao estado de São Paulo. Como não há possibilidade de prever os deslocamentos internos desses viajantes, trata-se de uma medida ampliada de cautela. As informações foram ratificadas, nesta terça-feira (16), durante audioconferência entre o ministro da Saúde interino, Antônio Nardi, e o diretor Executivo do Programa de Emergências de Saúde da OMS, Peter Salama.

O Ministério da Saúde esclarece que mantém a estratégia definida pelo estado de São Paulo para vacinação da população contra a febre amarela. A determinação das áreas de vacinação foi feita de acordo o acompanhamento da circulação do vírus, baseada no mapeamento epidemiológico das regiões. A vacinação está sendo intensificada nas áreas com risco de infecção pela doença.

O Ministério da Saúde reforça que as áreas determinadas para vacinação no país permanecem as mesmas e que as medidas de prevenção, como intensificação da vacinação e fracionamento de doses, também continuarão sendo realizadas e atualizadas conforme as necessidades.

Fracionamento – Entre janeiro e março deste ano, 77 municípios dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia irão realizar campanha de vacinação com doses fracionadas e padrão contra a febre amarela. O objetivo é evitar a expansão do vírus para áreas próximas de onde há circulação atualmente. No total, 21,7 milhões de pessoas destes municípios deverão ser vacinadas na campanha, sendo 16,5 milhões com a dose fracionada e outras 5,2 milhões com a dose padrão. A adoção do fracionamento das vacinas é uma medida preventiva que será implementada em áreas selecionadas, durante período determinado de 15 dias.

De acordo com o Ministério da Saúde, a estratégia de fracionamento da vacina é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) quando há aumento de casos de febre amarela silvestre de forma intensa, com risco de expansão da doença em cidades com elevado índice populacional e que não tinham recomendação para vacinação anteriormente. O ministério reforça que a dose fracionada tem mostrado a mesma proteção que a dose padrão. Estudos em andamento continuarão a avaliar a proteção posterior a esse período. A única diferença está no volume. A dose padrão (0,5 Ml) protege por toda a vida, enquanto a dose fracionada (0,1 Ml) protege por pelo menos oito anos, segundo estudo realizado pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Biomanguinhos/Fiocruz).

Antecipação - Conforme anunciado pela Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, nesta terça-feira (16), a campanha será antecipada no estado com início no dia 29 de janeiro e término no dia 17 de fevereiro. O número de municípios que farão o fracionamento da vacina de febre amarela subiu para 54, adicionando o município de São Caetano, assim como a população que será vacinada, que passará para 8,3 milhões de pessoas, sendo 6,3 milhões com a dose fracionada e 2 milhões com a padrão.

Já no Rio de Janeiro, 7,7 milhões de pessoas deverão receber a dose fracionada e 2,4 milhões a padrão em 15 municípios. Na Bahia, 2,5 milhões de pessoas serão vacinadas com a dose fracionada e 813 mil com a dose padrão em oito municípios. O período da campanha nos estados do Rio de Janeiro e Bahia permanecem os mesmos, do dia 19 de fevereiro a 9 de março, sendo o dia 24/02 o dia D de mobilização.

Neste mês de janeiro, os estados e municípios estão treinando os profissionais de saúde e adequando a logística para realização do fracionamento. Para isso, o Ministério da Saúde deve repassar aos estados R$ 54 milhões do Piso Variável de Vigilância em Saúde, recurso extra para auxiliar os estados na realização da campanha. Desse total, já foram repassados R$ 15,8 milhões para São Paulo e, até o fim deste mês, serão destinados R$ 30 milhões para o Rio de Janeiro e R$ 8,2 milhões para a Bahia. 

Padrão e fracionada - Alguns públicos não são indicados para receber a dose fracionada, portanto irão participar da campanha recebendo a dose padrão: crianças de 9 meses a menores de dois anos; pessoas com condições clínicas especiais (vivendo com HIV/Aids, ao final do tratamento de quimioterapia, pacientes com doenças hematológicas, entre outras), gestantes e viajante internacional (devem apresentar comprovante de viagem no ato da vacinação). A vacinação fracionada é recomendada para pessoas a partir dos dois anos.

A vacina é contraindicada para pacientes em tratamento de câncer, pessoas com imunossupressão e pessoas com reação alérgica grave à proteína do ovo. No caso dos idosos, a vacinação deverá ser aplicada após avaliação dos serviços de saúde. A vacinação contra febre amarela impede a doação de sangue por um período de quatro semanas.  As pessoas devem realizar a doação de sangue antes da vacinação para manutenção dos estoques de hemocomponentes.

Dose fracionada - Atualmente, o Ministério da Saúde utiliza a dose padrão da vacina de febre amarela, com 0,5 mL. Já para a dose fracionada são aplicados 0,1 mL, o que representa 1/5 da dose padrão. Um frasco com 5 doses da vacina de febre amarela, por exemplo, pode vacinar 25 pessoas e um frasco com 10 doses pode vacinar 50 pessoas.

De acordo com o ministério, estudo recente feito pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Biomanguinhos/Fiocruz) comprovou que a dose fracionada da vacina de febre amarela é eficaz por, pelo menos, 8 anos. O estudo de dose resposta avaliou 319 militares vacinados com a dose fracionada em 2009 e, após 8 anos, verificou-se a presença de anticorpos contra a doença em 85,3% dos participantes, semelhantes ao observado com a dose padrão neste mesmo período (88%).Insira o corpo da noticia aqui.