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Lula diz que vai "brigar até as últimas consequências" para provar inocência

Petista afirmou que não se incomoda com tempo recorde de tramitação do seu processo

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quarta-feira (13), um dia após o Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região, sediado em Porto Alegre,  marcar para o dia 24 de janeiro o julgamento da apelação de sua defesa, que vai "brigar até as últimas consequências" para provar sua inocência.

"Não quero ser candidato por ser candidato, não quero ser candidato se for culpado. Quero brigar para provar minha inocência. Eles que apresentem uma única prova de culpa contra mim", disse o ex-presidente, em encontro da bancada de deputados e senadores do Partido dos Trabalhadores, em Brasília.

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Candidato do PT às eleições presidenciais de 2018, Lula foi condenado a nove anos e seis meses de prisão, em sentença do juiz Sergio Moro. No encontro, ele declarou que foi "condenado [sendo] inocente" para que se concretize "a tentativa de evitar que o PT volte ao poder".

O ex-presidente garantiu que não se incomoda com o tempo recorde de tramitação de seu processo no TRF-4. Em média, os processos levam pelo menos 100 dias da conclusão do voto do relator até o julgamento. No caso do petista, o tempo de tramitação está ocorrendo em cerca de 50 dias. 

“As pessoas falam do resultado da sentença um ano antes do processo. Eu quero é que reconheçam a minha inocência. Se o Moro tinha tanta certeza que o apartamento era meu, ele que me dê uma autorização pra vender”, disse o petista, em referência ao caso do triplex do Condomínio Solaris, localizado no Guarujá (SP).

Na sentença proferida em julho, Moro entendeu que as reformas executadas no apartamento pela empresa OAS provam que o imóvel era destinado ao ex-presidente. Além disso, Moro entendeu que os recursos usados pela empreiteira foram desviados da estatal.

Na apelação, a defesa de Lula sustenta que a análise de Moro foi “parcial e facciosa” e “descoberta de qualquer elemento probatório idôneo”. O magistrado teria falhado ao estabelecer a pena com base apenas na “narrativa isolada” do ex-presidente da Construtora OAS José Aldemário Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro, sobre “um fantasioso caixa geral de propinas” e a suposta aquisição e reforma do imóvel.

Nas redes sociais, o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, disse que a decisão do Tribunal foi "escandalosa". "TRF-4 perde qualquer pudor, fura a fila de todos os processos e marca julgamento de Lula em tempo recorde. Não preservam sequer as aparências. Quando juízes fazem política não se pode falar em democracia", criticou Boulos.

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