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Macri e Temer fazem discursos em prol da globalização na OMC

Líderes pediram mais comércio em meio à protecionismo de Trump

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A 11ª Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC) começou neste domingo (10) com uma série de apelos para uma maior abertura comercial no mundo, justamente, em meio à política protecionista do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Definindo a reunião como um "feito histórico" para a América do Sul, já que é a primeira vez que um encontro de alto nível é realizado no continente, o presidente argentino, Mauricio Macri, afirmou que essa é "uma oportunidade que nos permite renovar o firme compromisso com o sistema multilateral de comércio".

"É um apoio ao multilateralismo, a um comércio justo e baseado em regras claras", disse o anfitrião do evento, lembrando que desde a criação da entidade, "o comércio foi uma fonte central de crescimento e desenvolvimento".

O mesmo tom foi adotado pelo secretário-geral da OMC, Roberto Azevêdo, que afirmou que a reunião deverá "adotar um tom de defesa de nosso sistema", em uma clara indireta ao governo norte-americano.

"Temos que defender o sistema que é garantidor de estabilidade. Vimos isso na resposta à crise econômica de 2008, quando o mundo não se dedicou para impor barreiras comerciais como tínhamos feito em crise anteriores. Isso porque tínhamos as normas da OMC", disse Azevedo em seu discurso.

Também o presidente brasileiro, Michel Temer, fez uma defesa da globalização em seu discurso, pouco após o mandatário argentino.

"Ao longo de décadas, nós construímos um sistema multilateral de comércio que já provou sua utilidade. Um sistema que se mostra fundamental para facilitar e ampliar o comércio e os investimentos. Um sistema, enfim, que é fonte de segurança jurídica, que é espaço eficaz para a solução de disputas comerciais. Hoje, mais do que nunca, há que preservá-lo e valorizá-lo", disse o líder brasileiro.

Temer seguiu o discurso ressaltando que "comércio e investimentos geram crescimento, empregos e prosperidade" e que a "história já nos ensinou que o isolamento não é a solução", sendo uma opção "ilusória".

Sobre o Brasil, o presidente afirmou que o país "deixou para trás a recessão". "Nossa economia se recupera, cria postos de trabalho e a produção industrial tem crescido. As taxas de juros recuaram a seu menor patamar histórico, a inflação é a mais baixa em muitos anos seguidos", acrescentou.

Especialistas apontam que a Conferência da OMC, que reúne representantes de 164 países até a quarta-feira (13) em Buenos Aires, não deve trazer resultados concretos. Os debates devem se centrar em questões que envolvem os subsídios para a pesca e a agricultura.

Mas, os países membros do Mercosul querem usar a oportunidade para finalizar um acordo de livre comércio com a União Europeia, em pacto que teve uma aceleração nos últimos meses.